Neste domingo (17), completa-se um ano da morte de Silvio Santos, o maior comunicador da história da televisão brasileira. Senor Abravanel, que faleceu em 17 de agosto de 2024, aos 93 anos, foi vítima de broncopneumonia após complicações por H1N1, segundo o Hospital Albert Einstein.
A ausência de Silvio ainda ecoa nos lares brasileiros. A imagem do apresentador irreverente, com microfone de lapela e bordões únicos, marcou a cultura popular por mais de seis décadas.
O início de uma trajetória improvável
Nascido no Rio de Janeiro, em 1930, filho de imigrantes, Silvio começou sua vida profissional como camelô. Com apenas 14 anos, já encantava turistas vendendo produtos com uma comunicação afiada e carisma natural.
Sua voz marcante o levou ao rádio. Aos 18 anos, mesmo servindo o Exército, começou como locutor voluntário na Rádio Mauá e, mais tarde, passou por outras grandes rádios do país.
A mudança de nome para Silvio Santos foi quase simbólica: uma aposta em si mesmo, com fé e trabalho.
Reprodução/SBT
De vendedor a império de mídia
A virada veio em 1956, quando assumiu a administração do Baú da Felicidade, empresa que se tornaria o embrião do seu império. Visionário, Silvio diversificou seus negócios e fundou diversas empresas, entre elas a Rede SBT, em 1981.
Seu programa dominical, recheado de prêmios, brincadeiras e interação com o público, entrou para o Guinness Book como o mais duradouro da TV brasileira.
Silvio Santos era, acima de tudo, um mestre da comunicação. Soube se reinventar sem perder a essência e marcou gerações com seu jeito único de falar com o povo.
João Batista da Silva/SBT
A despedida silenciosa
Em seus últimos anos, Silvio afastou-se dos estúdios por questões de saúde. Seu último programa foi gravado em setembro de 2022, exibido apenas em 2023. Sem alarde, sem despedidas oficiais — como quem sai de mansinho, confiando que será lembrado com carinho.
Em sua última aparição pública, no aniversário de 93 anos, Silvio agradeceu os fãs:
“Essa festa eu nunca vi ninguém fazer. Esse carinho me dá vontade de voltar para a televisão.”
Divulgacão/Observatório dos Famosos
A carta deixada às filhas e ao Brasil
Meses após sua morte, uma carta escrita à mão foi descoberta pelas filhas. Nela, Silvio revelou parte do pensamento que guiou sua vida:
“Eu acredito na sorte, mas também acredito que cada homem trabalha o seu próprio destino… Desde muito jovem, pratico dois preceitos: trabalhar muito e gastar pouco.”
A carta foi distribuída a funcionários do SBT e compartilhada nas redes. Em cada linha, o retrato de um homem que acreditava no esforço, na disciplina e na fé — pilares que moldaram seu sucesso.
Legado imortal
Silvio Santos deixou uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão, segundo a revista Forbes, mas seu maior legado está na forma como humanizou a TV. Ele transformou auditórios em lares, e o domingo em um ritual nacional.
Sua ausência deixa um vazio, mas sua história continuará inspirando aqueles que acreditam no trabalho, na coragem e na força de sonhar alto — mesmo começando do zero.
