Após 150 anos do início da imigração italiana no Brasil, o país abriga a maior população de descendentes de italianos do mundo, com cerca de 30 milhões de pessoas. Em Santa Catarina, os primeiros imigrantes se estabeleceram em várias cidades, entre elas Nova Trento. O município tem uma das maiores colônias italianas do Estado e é conhecido como a terra de Santa Paulina. A menina, que se tornou freira e Santa, se chamava Amábile Wisentainer e chegou da Itália com sua família aos 10 anos de idade.
Assim como os Wisentainers, mais de 200 famílias se estabeleceram no Estado e serão homenageadas em um imenso bosque, o Bosco delle Radici, que em português significa, Bosque das Raízes, e foi cuidadosamente planejado junto à Estufa Cipriani, no bairro Vígolo, em Nova Trento. Cada família receberá uma muda de árvore para plantar, que será identificada com nome da família ou homenageado, e poderá visitar o local sempre que desejar para “cuidar” da sua árvore. As mudas escolhida para plantio nesta etapa do projeto será de café, da variedade “coffea arábica”. O Bosco delle Radice já é considerado como a maior homenagem aos 150 anos da Imigração Italiana no Brasil, cuja inspiração veio do bosco do Altopiano dela Vigolana, no Vigolo Vattaro, terra natal de Santa Paulina, localizado em Trento, na Itália.
“O nosso evento tem o principal objetivo de celebrar a cultura italiana e a sua contribuição para a identidade local, simbolizar cada família imigrante por meio do plantio de árvores, eternizando assim as suas histórias, fortalecer o sentimento de pertencimento e a ligação com as origens, promover a união entre gerações, valorizando a herança cultural e a memória coletiva, integrar cultura e natureza, transformando o bosque em um espaço de convivência, reflexão e celebração”, destaca Marileia Cipriani Tomasoni, idealizadora do projeto Bosco della Radici.
A grande plantação do Bosco delle Radici acontece no próximo dia 21 de setembro, sábado, a partir das 6 horas da manhã, quando haverá uma Alvorada, com saída em procissão do Cemitério do Santuário Santa Paulina em direção a Estufa Cipriani, no bairro Vígolo, em Nova Trento.
ETAPAS ANTERIORES
A construção do Bosco delle Radici, já passou por duas etapas anteriores de plantio, primeiramente, em 21 de fevereiro deste ano, data de comemoração dos 150 anos da Imigração Italiana no Brasil, quando foram homenageadas três imigrantes de Nova Trento, Amábile Lucia Visentainer, a Madre Paulina, e as Irmãs Virgínia Nocolodi e Teresa Ana Maulen, fundadoras da congregação das Irmãozinhas da Imaculada Conceição. Neste dia, foram plantadas três mudas de oliveira. “As oliveiras são muito citadas na Bíblia, pois representram força, sobrevivem ao fogo, ao frio e renascem, como o que as Irmãs passaram em sua caminhada. Ela também cresce para o alto, buscando sempre o que está acima, o Senhor, e também é uma árvore que se curva, lembrando a história de Santa Paulina”, conta Cipriani.
Em junho, houve um segundo plantio de mudas, desta vez já iniciando o plantio de café, com homenagem à outras 20 famílias de imigrantes. O café lembra a chegada dos italianos ao Brasil para trabalhar na lavoura, o cuidado em separar os grãos, a colheita por etapas, como uma conexão com a vida. O plantio contou com a participação de uma comitiva de italianos, vindos de Trento, na Itália. “O objetivo foi integrar a comunidade de Nova Trento com os nossos irmãos italianos, reconectando as culturas”, contou a idealizadora do bosque.
SOBRE A CRIAÇÃO DO BOSCO DELLE RADICI
A pesquisa que deu origem ao Bosco delle Radici ou Bosco das Raízes, foi construída a partir de livros históricos resgatando a memória de famílias italianas, primeiramente, dos 388 imigrantes que chegaram em 21 de fevereiro de 1874, no navio “La Sofia”, no porto de Vitória, Espírito Santo. Depois a migração para outras partes do Brasil, até as primeiras famílias chegarem em Santa Catarina, em 1875, fixando raízes em diversas cidades, como em Nova Trento. Em seguida, a busca pelos sobrenomes e pelos descendentes destas famílias, dispensou vários anos de pesquisa até chegar a este momento.
“A intenção é que, no futuro, cada árvore possua um QR Code, permitindo o visitante conhecer as famílias e suas trajetórias. Será com certeza um espaço aberto ao público. O bosque se transformará em um museu a céu aberto, onde a natureza, cultura e história caminham juntas, preservando a memória de quem veio antes de nós e inspirando as próximas gerações”, finaliza Mariléia Cipriani Tomasoni, idealizado do Bosco delle Radici.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Midia Press
