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Câmara aprova projeto que dificulta abortos legais em crianças vítimas de abuso

Proposta segue para análise do Senado e pode impactar acesso ao aborto previsto em lei

Fonte: Lula Marques/Agência Brasil

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A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de quarta-feira (5), um projeto de decreto legislativo que pode dificultar o acesso de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual ao aborto legal. A proposta segue agora para análise do Senado.

A medida susta uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, aprovada em dezembro do ano passado. O texto do conselho estabelecia diretrizes para o atendimento de meninas e adolescentes em casos de gestação decorrente de estupro, risco de vida da gestante ou anencefalia do feto — situações em que o aborto é previsto por lei no Brasil.

Projeto questiona atribuições do conselho

O projeto foi apresentado pela deputada Chris Tonietto (PL-RJ) e relatado pelo deputado Luiz Gastão (PSD-CE). Segundo os parlamentares, a resolução do Conanda teria extrapolado suas competências ao permitir o procedimento sem a exigência de boletim de ocorrência ou autorização judicial.

Para os defensores da proposta, o documento priorizava indevidamente a vontade da criança ou adolescente, contrariando o Código Penal, que atribui aos responsáveis legais a decisão nesses casos, considerando a incapacidade civil de menores de idade.

Ponto polêmico envolve conduta médica

Outro ponto contestado no texto original do Conanda é o trecho que classifica como conduta discriminatória, e não como objeção de consciência, a recusa do médico em realizar o aborto por duvidar da palavra da vítima de violência sexual.

Deputados contrários ao decreto afirmam que a medida pode criar barreiras adicionais para meninas e adolescentes que já enfrentam dificuldades para acessar o aborto legal. Entidades de direitos humanos também demonstraram preocupação com o que consideram um retrocesso na proteção das vítimas de estupro.

Próximos passos no Senado

Com a aprovação na Câmara, o projeto segue agora para o Senado Federal, onde ainda passará por debate antes de eventual promulgação. Caso o texto seja confirmado, a resolução do Conanda deixará de ter validade.

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