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Câmara dos Deputados cassa mandatos de Eduardo Bolsonaro e Ramagem

Eduardo foi cassado por faltas; Ramagem, por condenação com trânsito em julgado

Fonte: Bruno Spada e Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

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A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados cassou, nesta quinta-feira (18), os mandatos dos parlamentares Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). A decisão foi liderada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e contou com o apoio de outros seis membros da Mesa.

A medida foi oficializada sem votação no plenário, com base em fundamentos jurídicos previstos na Constituição. O documento foi publicado e deverá sair ainda hoje no Diário Oficial da Câmara.

Faltas e condenação motivaram as cassações

Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, perdeu o mandato por acúmulo de faltas sem justificativa válida. O deputado chegou a solicitar licença, mas não renovou o pedido e continuou ausente das sessões, tentando atuar como líder da minoria à distância — algo que foi barrado pela presidência da Casa.

A Constituição prevê a perda automática de mandato quando um parlamentar se ausenta em mais de um terço das sessões sem justificativa, o que torna desnecessária a análise do caso pelo Conselho de Ética.

Já Alexandre Ramagem teve o mandato cassado por um motivo mais grave: foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão em regime fechado por envolvimento em tentativa de golpe em 2022. O deputado também está nos Estados Unidos, onde permanece mesmo após ordem judicial de prisão.

Assinaturas e ausências na Mesa Diretora

Assinaram a cassação, além de Hugo Motta, os seguintes parlamentares:

  • Carlos Veras (PT-PE) – Primeiro-Secretário
  • Lula da Fonte (PP-PE) – Segundo-Secretário
  • Delegada Katarina (PSD-SE) – Terceira-Secretária
  • Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) – Primeiro Suplente de Secretário
  • Paulo Folleto (PSB-ES) – Segundo Suplente
  • Dr. Victor Linhalis (Podemos-ES) – Terceiro Suplente

Curiosamente, Antonio Carlos Rodrigues, mesmo sendo do PL, assinou a cassação dos colegas. Ele assumiu a função por ausência de titulares.

Entre os que não assinaram, destacam-se:

  • Altineu Côrtes (PL-RJ) – 1º vice-presidente da Câmara
  • Elmar Nascimento (União Brasil-BA) – 2º vice-presidente
  • Sergio Souza (MDB-PR) – 4º Secretário

Reação do PL: “decisão política”

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), criticou duramente a medida. Para ele, a cassação sem deliberação do plenário “esvazia a soberania do Parlamento” e transforma a Mesa em instrumento de “pressões externas”.

“Quando mandatos são cassados sem o voto dos deputados, o Parlamento deixa de ser Poder e passa a ser tutelado”, afirmou Sóstenes.

Apesar das críticas, a Constituição dá respaldo à decisão da Mesa em casos como faltas reiteradas e condenação com trânsito em julgado.

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