“Ninguém é burro, ninguém é idiota para acreditar num papinho de que o chefe do Poder Executivo do Estado não tem nada a ver com a decisão de uma secretaria, uma coordenação, uma descentralização, um braço do seu governo”, criticou a vereadora Marlina Oliveira (PT) em pronunciamento na sessão ordinária desta terça-feira, 19 de novembro, em que comentou o eventual encerramento do Ensino Médio noturno na Escola de Educação Básica (EEB) Francisco de Araújo Brusque, no bairro São Luiz.
O tema fora abordado mais cedo por Nik Imhof (MDB) e repercutiu no discurso de Jean Pirola (PP). Este defendeu que Jorginho Mello (PL) não deve ser culpado “por uma questão educacional local, só porque o prefeito e o vice são do mesmo partido” e atribuiu a suposta decisão à Coordenadoria Regional de Educação de Brusque, órgão que teria informado à escola, em ofício, sobre a possibilidade da medida ser tomada.
“Eu quero me centrar no que acho criminoso. Concordo com o vereador Natal Lira: nós deveríamos lutar para fechar cadeias e deveríamos estar falando só sobre a abertura de escola e isso não deveria ser uma questão só de professor, só de quem tem criança na escola ou de quem tem partido A ou B, porque educação deveria ser causa e bandeira de toda uma população, independente de partido e ideologia”, argumentou. “Principalmente, quando ela é pública, porque é na escola pública que educamos nossos filhos. A escola particular é para poucos. O povo brasileiro, a população brusquense, educa seus filhos nas redes estadual e municipal de ensino”, disse Marlina.
Adiante, ela alertou: “Brusque tem 148 mil habitantes e uma curva de crescimento extremamente proeminente no que diz respeito à população. Não é fechando o equipamento educacional que a gente vai resolver o problema da evasão, que é o motivo escrito no ofício. E Brusque tem passado paulatinamente pelo fechamento das turmas de Ensino Médio. A evasão escolar pode se aprofundar quando a escola fica mais distante da casa do estudante do ensino noturno, que geralmente é trabalhador, sai do trabalho, nas redondezas de onde mora, e vai para a escola”.
Para a vereadora, o remanejo do Ensino Médio noturno para uma unidade central, como a EEB Feliciano Pires, acabará por “inchar” as turmas e prejudicar a qualidade do ensino. “Quando eu culpabilizo o chefe do Executivo estadual, é porque estou falando de política pública de educação. É a ele que a gente tem que fazer a cobrança. É a ele que a cobrança tem que ser mais eficaz. Isso não está acontecendo só em Brusque, mas em todas as cidades de Santa Catarina, e não afeta somente o estudante, mas também o profissional da educação, e vai gerando uma cadeia de desestímulo e desqualificação muito grande”, concluiu.
Assista: https://youtu.be/rTsOGWXXX-M
Texto: Talita Garcia/Câmara Municipal de Brusque.