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Dia Mundial de Combate à Raiva: Prevenção da doença nos animais é melhor forma de proteger a saúde humana

Embora não tenhamos registrado casos entre os catarinenses, a doença fez 47 vítimas fatais no Brasil desde 2010

Fonte: Departamento Regional de Tubarão/Cidasc

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A raiva é uma zoonose provocada por vírus e que pode atingir pessoas, animais de estimação, animais silvestres e animais de produção. Ela ataca o Sistema Nervoso Central dos mamíferos, levando à morte. Por ser uma doença fatal e para a qual não existe tratamento, a prevenção é essencial. 

O dia 28 de setembro, Dia Mundial de Combate à Raiva, foi criado para lembrar a todos sobre a importância do tema e da necessidade de adoção de medidas preventivas. Em Santa Catarina, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc)  desenvolve o Programa Sanitário de Controle da Raiva e Vigilância para Encefalopatias Transmissíveis, com ações voltadas ao meio rural e animais de produção. Outros órgãos públicos, como a Divisão de Vigilância Epidemiológica (Dive) e secretarias municipais, atuam em relação a animais de estimação e à saúde da população humana.

Atividade de educação sanitária. Foto: Departamento Regional de Chapecó/Cidasc

Cuidar da saúde dos animais domésticos e dos animais de produção e prevenir a raiva entre eles é a melhor forma de proteger a saúde humana. Embora não tenhamos registrado casos entre os catarinenses, a doença fez 47 vítimas fatais no Brasil desde 2010, que foram contaminadas em sua maioria por animais silvestres e domésticos e em um caso, por bovino. O vírus está presente principalmente na saliva do animal infectado e é transmitido há contato com essa secreção (quando o animal infectado morde outro animal ou um indivíduo). 

Se não houvesse a vacinação dos animais, estes números poderiam ser ainda maiores, pois a raiva é fatal e não possui tratamento. O trabalho de educação sanitária, como o que é realizado pela Cidasc, é fundamental para manter a comunidade informada, atenta e comprometida em manter a vacinação dos animais em dia. Animais de estimação e animais de produção precisam ser vacinados.

“Agir na prevenção da Raiva é a atitude mais eficiente que podemos ter. Conhecer sua propriedade rural, saber onde pode ter local que sirva de abrigo a esse tipo de morcegos sugadores de sangue e avisar a Cidasc, é o melhor que o produtor rural pode fazer. Temos que capturar esses transmissores da doença e esse é um trabalho constante, de parceria com a Cidasc.. E vacinar o rebanho. A raiva é perigosa demais para aceitarmos o risco de não vacinar”, diz a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos. 

Com auxílio de redes, é feita a captura e identificação dos morcegos. Foto: Departamento Regional de Chapecó

Como parte do trabalho de controle da raiva, a Cidasc monitora a presença de morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue) nas zonas rurais. Os médicos veterinários utilizam redes próximas a locais que estes animais podem usar como abrigo (cavernas, imóveis abandonados…) para capturar alguns exemplares e verificar se são da espécie  Desmodus rotundus, responsável pela transmissão da raiva para os herbívoros. 

A maior parte das espécies de morcegos existentes em Santa Catarina não é hematófaga e presta importantes serviços ambientais como dispersão de sementes e de pólen ou controle de insetos. É feito o controle populacional apenas do Desmodus rotundus, pois ao espoliar (sugar) os animais, ele pode transmitir o vírus da raiva. Quando são identificados casos da doença em animais, a Cidasc alerta os produtores para que reforcem a vacinação dos rebanhos.

O responsável pelo Programa de Controle da Raiva e Vigilância para Encefalopatias Transmissíveis na Cidasc, o médico-veterinário Fábio Ferreira, também enfatiza que a vacinação é a forma mais eficaz para evitar a doença, que não possui tratamento e, consequentemente, é fatal para quaisquer mamíferos – inclusive humanos. 

“O produtor rural é peça fundamental para o controle da raiva, pois a notificação de animais sendo espoliados, bem como daqueles com sintomas nervosos, que levantam a suspeita da raiva, configura o primeiro passo para o sucesso do controle da doença. Essa caminhada é fundamentada com as ações de educação em saúde, executadas pela Cidasc, junto aos produtores rurais e demais atores importantes dentro da cadeia produtiva e da sociedade. A eficiência desse trabalho educativo é transformado em números: neste ano, até o presente momento realizamos 164 monitoramento de abrigos, 23 ações de manejo populacional dentro de áreas com focos de raiva e registramos e atendemos 1126 notificações de animais espoliados”, relata Fábio Ferreira

A raiva não tem cura, a prevenção é a única solução. A vacinação protege nossas famílias e rebanhos.

Morcegos

O morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus é o responsável pela transmissão da raiva para os herbívoros, portanto jamais coloque a mão em um morcego mesmo que ele esteja imóvel e aparentemente morto. Fábio de Carvalho Ferreira, ressalta que “as espécies de morcegos hematófagos e não hematófagos são protegidos por lei e seu manejo e controle caracteriza crime ambiental. Por isso, somente profissionais capacitados da Cidasc podem intervir em colônias de morcegos em área de risco para a raiva, porque são capazes de diferenciar as espécies de morcegos em um abrigo”, afirma o médico veterinário. Em caso de acidente com um desses animais, o posto de saúde mais próximo, relate o ocorrido para receber o tratamento adequado.

Sintomas nos animais

O animal apresenta um sangramento na ferida onde ocorreu a mordedura. Os sintomas mais comuns da contaminação são a respiração ofegante, o descontrole da coordenação motora e a morte em torno de dez dias. O animal contaminado pela raiva sempre vai a óbito. O morcego-vampiro (Desmodus rotundus) têm hábitos noturnos e são encontrados em cavernas, ocos de árvores, minas e casas abandonadas.

Sintomas nos humanos

Os sintomas da raiva humana são inespecíficos no início da doença, como mal-estar geral, pequeno aumento da temperatura corporal, falta de apetite e, em seguida, instala se alterações de sensibilidade, queimação, formigamento, dor no local do ferimento, com posterior quadro de infecção e febre, evoluindo para aerofobia, hidrofobia, dificuldade de engolir e crise convulsiva. O período entre o aparecimento do quadro clínico até o óbito varia entre cinco e sete dias.

Como proceder em caso de acidente

Em caso de agressão por um animal suspeito de ter a doença, a vítima deve lavar imediatamente o ferimento com água e sabão e procurar com urgência o serviço de saúde mais próximo, para avaliação da situação. No caso do agressor ser animal doméstico (cão e gato), não se deve matar o animal e, sim, deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva, informando o sistema de saúde local, para esse controle

Para ajudar no controle da raiva

– Vacine seu rebanho contra a raiva;
– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade;
– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique à Cidasc do seu município, mesmo que não estejam doentes;
– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas e poços; casas e construções abandonadas.

Atenção! Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para removê-lo adequadamente

Controle da Raiva dos Herbívoros em Santa Catarina

Coordenação Estadual de Controle da Raiva e Vigilância para Encefalopatias Transmissíveis (Ceret) de Santa Catarina tem como estratégias de atuação o controle da população do vetor da doença – morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus; o fomento à vacinação dos herbívoros; a vigilância epidemiológica; o monitoramento sistemático e cadastramento de abrigos de morcegos e a educação em saúde e capacitação dos profissionais da Cidasc.

A raiva é uma doença de notificação obrigatória, na suspeita. Por se tratar de uma zoonose, o pecuarista não deve manipular os animais que apresentarem sintomas como salivação excessiva, dificuldade de andar, paralisia ou caídos. Esses sintomas, somados à presença de espoliação/mordedura no animal, são um forte indicativo de suspeita de raiva. Dessa forma, notifique a Cidasc de seu município, ou a mais próxima, imediatamente. 

A vacinação dos animais é a única forma de combate à doença, pois ela não tem tratamento e leva o animal à morte. Para que a vacinação seja eficaz, fiquem atentos à correta armazenagem da vacina, para garantir que seu animal seja devidamente imunizado. Ela precisa ser guardada e transportada em temperatura entre 2 e 8 °C para manter sua eficiência. Frascos abertos com alguma dose restante de vacina para raiva não podem ser guardados para a dose de reforço.

Um guia rápido sobre a vacina da raiva

A vacina anti-rábica deve ser aplicada anualmente nos animais domésticos e de criação. Vacine ovinos, bovinos, caprinos e equinos com mais de 90 dias de vida. Quanto à vacinação de cães e gatos, consulte o médico veterinário. Abaixo, orientações para cada situação envolvendo animais de produção:

Caso o animal nunca tenha sido vacinado contra raiva:
– Vacine;
– Dê uma dose de reforço em 30 dias;
– Faça reforços a cada 180 dias se houver focos de raiva no seu município;
– Caso não haja focos de raiva no seu município, revacine anualmente.

Caso o animal tenha sido vacinado alguma vez, mas não estivesse recebendo doses de reforço:
– Vacine;
– Dê uma dose de reforço em 30 dias;
– Faça reforços a cada uma nova dose em 180 dias se houver focos de raiva no seu município;
– Caso não haja focos de raiva no seu município, revacine anualmente.

Fonte: Secom/Governo de SC

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