O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, foi reeleito por aclamação na manhã desta segunda-feira (24/3), durante a Assembleia Geral da entidade, realizada no Rio de Janeiro. A eleição ocorreu apenas oito dias após ser marcada, justamente na véspera do clássico entre Argentina e Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O novo mandato de Ednaldo começa em março de 2026 e vai até março de 2030.
Com a chapa intitulada “Por um Futebol Mais Inclusivo e Sem Discriminação de Qualquer Natureza”, Ednaldo recebeu apoio unânime: os votos das 27 federações estaduais, dos 20 clubes da Série A e também dos 20 clubes da Série B, totalizando 100% de aprovação na coleção eleitoral da CBF.
Durante seu discurso de agradecimento, Ednaldo lembrou os desafios enfrentados desde que assumiu a presidência de forma interina em junho de 2021, após o afastamento de Rogério Caboclo por acusação de assédio sexual e moral. “Hoje, celebramos não apenas a confirmação do nosso trabalho pela reeleição, mas o triunfo da democracia, do diálogo, da liberdade e da autonomia das organizações esportivas. Tentaram até um golpe. Resistimos e vencemos”, declarou.
Ednaldo destacou ainda avanços promovidos em sua gestão, como o reconhecimento do português como língua oficial da Fifa e da Conmebol, a criação da União das Federações de Futebol da Língua Portuguesa e a instalação de um Escritório de Projetos da CBF junto à Fifa. Segundo ele, essas iniciativas não resultaram no maior investimento da história do futebol brasileiro por parte da entidade internacional.
Outra ênfase foi dada às ações contra o racismo no esporte, como a parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol e a campanha #ComRacismoNãoTemJogo, que foi premiada no Fifa The Best. Ednaldo também prometeu o apoio à inclusão no esporte, citando iniciativas como voluntárias de Futsal Down, Futsal Nanismo e as Olimpíadas Especiais.
Na área de competições, ele ressaltou os recordes de faturamento e superávit da CBF, com reinvestimento de mais de 70% dos recursos no desenvolvimento do futebol. Entre as ações, estão a criação de novos torneios de base, como o Campeonato Brasileiro Sub-15 com 32 clubes, a Série B Sub-20 masculina, a Copa do Nordeste Sub-20 e a Copa do Brasil feminina com 64 clubes.
Ednaldo Rodrigues, que inicialmente afirmou não ter intenção de concorrer à reeleição, agora tem direito a mais um mandato e, se optar por disputar novamente, poderá permanecer no cargo até 2034.
A nova composição da vice-presidência da CBF conta com Ricardo Nonato Macedo de Lima, Reinaldo Rocha Carneiro Bastos, Gustavo Oliveira Vieira, Gustavo Dias Henrique, Ednailson Leite Rozenha, Antônio Roberto Rodrigues Góes da Silva, Leomar de Melo Quintanilha e Rubens Renato Angelotti.
Apesar da entrega política nos bastidores, a eleição transcorreu sem adversários. Em dezembro de 2024, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno chegou ao lançamento como pré-candidato à presidência da CBF, mas desistiu por falta de apoio suficiente de federações e clubes. Para concorrer, o estatuto exige o aval de, no mínimo, quatro federações e quatro clubes das Séries A e B.
A CBF não tem uma disputa com mais de um candidato desde 1989, quando Ricardo Teixeira venceu Nabi Abi Chedid. Desde sua fundação, em 1979 — após a transição da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD) —, apenas nove nomes ocuparam a presidência da entidade máxima do futebol brasileiro, sendo alguns em caráter interno.
Com a reeleição de Ednaldo, a CBF dá sequência a uma gestão que busca ampliar sua representatividade internacional, combater o racismo, promover a inclusão e investir nas categorias de base do futebol nacional.
“Vamos continuar construindo um futebol que orgulha o país, gera empregos, promove o desenvolvimento e, acima de tudo, faz a alegria de milhões de torcedores”, concluiu o presidente.
