Na tarde desta segunda-feira (26/5), aconteceu no CESCB, em Brusque, uma importante reunião sobre a barragem de Botuverá, com a presença do secretário da Defesa Civil de Santa Catarina, Mario Hildebrandt. O encontro foi promovido pelo Conselho das Entidades e pela Diretoria da ACIBr, e contou com a presença dos prefeitos de Brusque, Guabiruba e Botuverá, além de representantes do Corpo de Bombeiros e outras autoridades locais. O principal tema foi o cronograma da construção da barragem de Botuverá, um projeto essencial para a proteção das cidades de Brusque, Guabiruba, Botuverá e Itajaí contra as enchentes.
Cronograma da obra e desafios com o ICMBIL
O secretário Mario Hildebrandt iniciou sua fala destacando a importância da barragem para a segurança das cidades e o compromisso do governo estadual em avançar com o projeto. “Estamos cumprindo uma determinação do governador Jorginho Mello de acompanhar de perto os principais desafios da Defesa Civil, e um dos maiores desafios é a construção da barragem de Botuverá. Essa obra será fundamental para a proteção não apenas de Botuverá, mas também de Guabiruba, Brusque e Itajaí, ajudando a minimizar os impactos das enchentes e enxurradas que frequentemente afetam a região”, disse Hildebrandt.
De acordo com o secretário, o projeto da barragem está pronto para ser licitado, mas ainda aguarda a autorização do ICMBIL (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para a liberação ambiental. “Estamos aguardando a alteração na planta do projeto, em relação às divisas do parque, para que possamos obter a autorização final do ICMBIL e, em seguida, realizar o processo licitatório. A obra é de utilidade pública, mas precisa da aprovação da licença ambiental tanto do IMA quanto do ICMBIL para que possamos iniciar”, explicou o secretário.

Ajustes na planta da barragem e desafios ambientais
Durante a reunião, Hildebrandt abordou um ponto crucial que tem gerado discussões: a alteração nos limites do parque ambiental, o que trouxe novos desafios. “Houve uma mudança nos limites do parque, o que aproximou a área de alagamento da barragem da zona de preservação. Isso trouxe novos desafios e estamos dialogando com o ICMBIL para explicar que, ao longo dos anos, houve uma entrega de mais de 200 hectares ao parque, enquanto o alagamento previsto para a barragem afetaria apenas uma pequena área de um hectare, em um evento de recorrência de 50 anos ou mais”, afirmou o secretário.
Ele também destacou que a alteração não deve ser um obstáculo para a obra, pois as chances de o alagamento ocorrer são mínimas “Não estamos buscando falhas, estamos buscando soluções. O processo começou em 2014, com discussões sobre a legislação em Brasília, e agora, 11 anos depois, estamos aqui com a lei aprovada e o objetivo é avançar. O que precisamos é focar no que precisa ser feito para que a obra realmente aconteça”, completou Mario Hildebrandt.

Preocupações de Botuverá
O prefeito de Botuverá, Victor Wietcowsky, levantou preocupações sobre o aumento temporário da população na cidade devido aos trabalhadores que virão para as obras da barragem. Ele solicitou apoio para a construção de unidades de saúde, escolas e melhorias na infraestrutura local.
“O governo do Estado está aguardando os levantamentos da prefeitura de Botuverá para tomar uma definição sobre as necessidades da cidade. Estamos avaliando essas demandas e buscando soluções para minimizar os impactos do aumento populacional temporário”, afirmou o secretário de Defesa Civil de SC.
Prefeito de Brusque se mostra otimista
O prefeito de Brusque, André Vechi, também participou da reunião e se mostrou otimista com os avanços do projeto. “Sabemos que a obra é essencial para a nossa região e, apesar das dificuldades burocráticas que ainda estamos enfrentando, estamos confiantes de que, com o empenho do governo estadual e do secretário Mario Hildebrandt, em breve teremos boas notícias sobre a licitação e o início da construção”, afirmou Vechi.
O prefeito também sugeriu que Brusque poderia ajudar a acomodar as famílias que se deslocarão para trabalhar nas obras, caso Botuverá não tenha infraestrutura suficiente para recebê-las. “Se a infraestrutura de Botuverá não for suficiente para acomodar todos, Brusque está à disposição para receber essas famílias e ajudar no que for necessário”, completou Vechi.

Apoio da ACIBr
Marlos Sassi, presidente da ACIBr, destacou a importância de unir forças entre as autoridades e entidades privadas para garantir que a barragem de Botuverá se torne realidade. “Essa é uma obra que tem sido discutida há muitos anos, e estamos muito próximos de ver ela sair do papel. Queremos que a barragem não seja apenas uma solução para as enchentes, mas também um avanço para a infraestrutura da nossa região”, disse Sassi.