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Empresária de Brusque representa a classe empresarial brasileira em encontro organizado pelo Vaticano, na Colômbia

Membro da Pastoral do Empreendedor de Brusque e Região, Rita Cassia Conti foi convidada por sua atuação de anos em entidades representativas como Facisc, Fiesc, ACIBr e Sindivest

Fonte: Arquivo Pessoal/Rita Conti

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A empresária de Brusque, Rita Cassia Conti, foi a única representante brasileira da classe empresarial convidada pelo Vaticano para participar da Fratelli Tutti: Mesa de Diálogo Socioambiental, realizada nos dias 11 e 12 de novembro, na sede do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe, em Bogotá, na Colômbia. O evento foi organizado pela Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL).

A pedido do Papa Francisco, o encontro reuniu 42 representantes de instituições trabalhistas, eclesiais, acadêmicas e empresariais da América do Sul, América Central e Caribe, além de convidados da América do Norte. O objetivo foi iniciar as discussões sobre a importância do cuidado com o planeta e as relações de trabalho.

“O Papa Francisco quer que se tenha cada vez mais diálogos. Está preocupado com a América Latina como um todo. Muitos países ainda vivem uma realidade de trabalho escravo e, por isso, ele achou por bem reunir representantes de federações empresariais e trabalhistas das Américas para discutir essas relações de trabalho e também a necessidade de cuidarmos da nossa casa comum”, explica Rita.

Convite e preparação

A empresária, que é a vice-presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) e da Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (ACIBr), também atua como coordenadora regional e na diretoria da Pastoral do Empreendedor. Ela recebeu o convite oficial do Vaticano para participar do encontro no mês de julho, após ter seu currículo avaliado e aprovado por unanimidade.

“Dom Reginaldo Andrietta, da CNBB, fez parte do comitê organizador do encontro e entrou em contato com o padre Joãozinho e o frei Rogério, que atuam na Pastoral do Empreendedor Nacional, pedindo a indicação de empresário, de preferência católico, e que atuasse em associações ou federações empresariais, para representar o Brasil no encontro”, conta.

Por sua atuação de anos na Facisc, Fiesc, ACIBr e Sindivest, o nome de Rita logo foi lembrado e, então, teve início o período de preparação para o encontro. “Dom Reginaldo entrou em contato comigo, e perguntou se eu aceitaria o convite do Vaticano. Durante a reunião, foi informado que o encontro foi algo recomendado pelo papa, que tem a intenção de promover o diálogo para proteção dos trabalhadores e o desenvolvimento sustentável das empresas, todos unidos, para o cuidado da nossa casa comum. Me senti muito honrada e depois de muitas rodadas de conversa, recebi o comunicado oficial do Vaticano”.

Rita destaca que durante o encontro, ficou ainda mais evidente a importância da sociedade civil se organizar e, principalmente, o diálogo entre todos os setores. “Tive uma visão bem macro do mundo, do quanto é importante esse diálogo com os trabalhadores, o quanto podemos evoluir como pessoa, por termos melhorias contínuas tanto para o trabalhador quanto para o empregador. Estamos todos juntos nessa caminhada e o principal, além desse diálogo, é como podemos ter uma visão socioambiental, principalmente ligada ao planeta Terra, que é o nosso bem comum”.

O encontro

Durante os dois dias, os convidados participaram de oito rodadas de discussão, cada uma sobre um tema diferente. Rita explica que eles foram divididos em grupos. Cada rodada tinha a abordagem inicial, realizada em no máximo, sete minutos, e depois, havia um tempo para discutir o assunto, demonstrar seus pontos de vista, e apresentar para o grande grupo.

“Falamos sobre ecologia integrada, transição de trabalho com a inteligência artificial e transição energética. Foram discussões muito saudáveis, que amadureceram nosso pensamento. Nas discussões profundas, de humanidade, falamos sobre a fome, sobre a dignidade de ter um trabalho, o quanto é importante saber conduzir o negócio para ser saudável. Todos esses aspectos e o principal: representantes de vários segmentos, todos trabalhando juntos”.

Rede de Trabalho Organizado das Américas

O encontro foi concluído com o convite do Celam para formar a Rede de Trabalho Organizado das Américas, já que as organizações participantes representam mais de 60 milhões de trabalhadores e empresários da região.

Segundo Rita, esse mesmo grupo deve voltar a se reunir em 2025 para retomar as discussões. Também está previsto um encontro em Roma, com a participação do Papa Francisco e a intenção é que essas discussões se tornem um documento.

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