A chamada ‘Enchente do Natal‘, ocorrida entre 23 e 24 de dezembro de 1995, marcou Santa Catarina como uma das maiores tragédias climáticas da história do estado. O desastre deixou mais de 28 mil desabrigados, atingiu 50 municípios e causou 29 mortes, com impacto severo principalmente no sul catarinense, em cidades como Timbé do Sul, Jacinto Machado, Forquilhinha e Siderópolis.
As chuvas intensas e concentradas elevaram rapidamente o nível dos rios, provocando enchentes, deslizamentos de terra e destruição de comunidades inteiras. As operações de resgate, iniciadas ainda na noite do dia 23, seguiram por semanas, mobilizando Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil, Exército e voluntários. Os relatos dos socorristas revelam cenários de extrema dificuldade, com resgates realizados na escuridão, em meio à lama, correnteza forte, frio e escassez de equipamentos.
Sobreviventes e moradores guardam memórias de perdas irreparáveis, casas arrastadas pelas águas, famílias separadas e vidas interrompidas. A tragédia também evidenciou o papel fundamental da imprensa na cobertura dos acontecimentos e na informação à população, além de ter impulsionado melhorias na estrutura de resposta a desastres no estado.
Três décadas depois, a enchente segue como símbolo de dor, solidariedade e aprendizado. A evolução tecnológica, a criação da Força-Tarefa do CBMSC e a integração entre órgãos públicos tornaram Santa Catarina mais preparada para enfrentar eventos extremos, mas a lembrança da tragédia permanece viva na memória das comunidades atingidas.
*Com informações de Edna Schmitz em texto divulgado no portal do Corpo de Bombeiros de SC















