Na tarde desta sexta-feira (4/4), uma reunião no Loteamento Schaefer, no Centro de Brusque, reuniu o vice-prefeito Deco Batisti, o Procurador Rafael Maia, representantes do Conselho Municipal de Saúde (COMUSA), vereadores e moradores locais para discutir a construção de uma nova Unidade Básica de Saúde (UBS) na região. O encontro, que começou com um tom de esclarecimento, se transformou em um espaço de intensos debates entre os moradores e a administração pública.
O Procurador do Município, Rafael Maia, abriu a reunião explicando a escolha do terreno. Segundo ele, a área é pública e a única disponível para a construção da UBS. “A nossa intenção com essa reunião foi mostrar aos conselheiros do COMUSA e aos moradores que o local foi escolhido porque é o único possível para essa construção. Claro que houve questionamentos, como é natural, mas precisamos lembrar que essa área é pública e está sem nenhum impedimento legal. Temos que pensar no coletivo e na saúde de 15 mil pessoas que precisam de uma UBS de qualidade”, afirmou Rafael Maia. Ele também mencionou que os moradores entraram com uma ação judicial, e a Procuradoria irá apresentar sua defesa no ambiente adequado, o Poder Judiciário.
A fala do procurador gerou reações de alguns moradores, que não concordam com a escolha do local. Salésio Buss, representando os moradores da região, manifestou-se de forma contundente contra a construção na área, argumentando que o terreno foi concebido como uma área verde e de convivência, sendo destinado à preservação ambiental. Buss lembrou que, desde 1987, o loteamento considerava o local como uma área sem possibilidade de construção devido ao curso de um riacho. “Embora na matrícula imobiliária o terreno apareça como área comum, ele sempre foi visto pelos moradores como uma área verde. O loteador, na década de 80, declarou que essa área deveria ser preservada. Não somos contra a construção de postos de saúde, mas acreditamos que a escolha desse local foi equivocada”, afirmou Buss.
O morador também trouxe à tona uma questão que gerou bastante repercussão: a retirada da placa indicando a área como verde, que foi removida pela prefeitura pouco antes da reunião. Os moradores interpretaram a ação como uma tentativa de ocultar a identidade da área. “Se a prefeitura está tão segura da legalidade da construção, por que retirar a placa? Quem não deve, não teme”, questionou Salésio.
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O presidente do COMUSA, Robson Zunino, também se manifestou sobre o assunto. Ele explicou que o Conselho Municipal de Saúde recebeu um documento assinado por moradores solicitando uma posição sobre a construção da UBS e que, por isso, decidiu realizar uma visita ao local. “O COMUSA é um órgão deliberativo e, por isso, nossa missão é ouvir a população e avaliar as melhores opções para o município. A construção da UBS é uma demanda importante, mas precisamos garantir que o local escolhido seja adequado para todos”, afirmou Zunino.
Zunino também anunciou que o COMUSA fará uma reunião extraordinária na próxima quarta-feira (9/4), a partir das 18h, na Câmara de Vereadores, para discutir o projeto em detalhes e ouvir as opiniões da comunidade. “A presença da população será fundamental para que possamos tomar a melhor decisão. Se necessário, poderemos realizar uma segunda reunião para continuar a discussão”, disse o presidente do COMUSA.
O Conselho Municipal de Saúde, seguirá avaliando as informações e os argumentos apresentados para tomar sua decisão.
