Ao menos nove pessoas morreram e cerca de 2,8 mil ficaram feridas após explosões de pagers — um tipo de dispositivo de comunicação — no Líbano, segundo o Ministério da Saúde local. O Hezbollah confirmou a morte de alguns de seus integrantes e culpou Israel pelo caso. As autoridades pediram aos cidadãos que possuem pagers que os descartem e alertou os hospitais para que fiquem em “alerta máximo”.
O Exército israelense, que vem realizando ataques retaliatórios contra o Hezbollah desde o início da guerra da Faixa de Gaza em outubro passado, disse que não comentaria o caso. As explosões ocorreram em diversas áreas no Líbano, particularmente os subúrbios ao sul de Beirute, de acordo com as Forças de Segurança Interna do Líbano.
O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, está entre os feridos em Beirute, de acordo com o meio de comunicação semioficial iraniano Mehr News. A Agência Nacional de Notícias (NNA, na sigla em inglês) relatou que pagers “hackeados” explodiram nas cidades de Ali Al-Nahri e Riyaq, no vale central de Beqaa, no Líbano, resultando em um número significativo de feridos. Esses locais são redutos do Hezbollah.
Profissionais de saúde convocados
Profissionais de saúde em todo o Líbano foram solicitados a se apresentarem urgentemente ao trabalho, dado o “grande número de feridos sendo transferidos para hospitais” após as explosões, pontuou o Ministério da Saúde libanês.
As autoridades também pediram que os cidadãos doem sangue, em antecipação à necessidade crescente.
O Hezbollah culpou Israel pelas explosões, dizendo que o país receberá “sua punição justa”, de acordo com uma declaração divulgada pelo grupo nesta terça-feira (17).
“Consideramos o inimigo israelense totalmente responsável por este ataque criminoso que levou ao martírio de várias pessoas, impactou civis e feriu um grande número de pessoas com vários tipos de ferimentos”, disse o Hezbollah em comunicado.
“Este inimigo criminoso e traiçoeiro definitivamente receberá uma punição justa por este ataque pecaminoso, tanto de maneiras esperadas quanto inesperadas”, acrescentou.
Líbano condena “agressão israelense”
O governo libanês culpou Israel pelas explosões de pagers, classificando o suposto ataque como “agressão criminosa israelense”.
O primeiro-ministro Najib Mikati afirmou em uma reunião de gabinete nesta terça que o caso “constitui uma violação grave da soberania libanesa e um crime para todos os padrões”, de acordo com o canal de notícias estatal NNA.
Ziad Makary, ministro da informação, destacou em uma entrevista coletiva em Beirute que o governo do Líbano contatou a ONU e os países envolvidos “para responsabilizá-los por esse crime contínuo”.