O furacão Milton atingiu a Flórida na noite de quarta-feira (9), deixando um rastro de destruição e resultando em pelo menos dez mortes, segundo autoridades locais. Com ventos que chegaram a 205 km/h no momento em que tocou o solo, a tempestade causou inundações massivas, destruição de propriedades e quedas de energia que afetaram mais de 3 milhões de imóveis em todo o estado.
Impactos devastadores
A Flórida, já em recuperação dos danos causados pelo furacão Helene no final de setembro, foi duramente atingida por Milton. Tornados relacionados à tempestade também agravaram a situação, destruindo casas e derrubando árvores em várias áreas. Em Fort Pierce, no condado de St. Lucie, um desses tornados atravessou uma comunidade de aposentados, resultando em duas mortes.
O xerife do condado de Volusia, Michael J. Chitwood, relatou que três mortos estavam em sua jurisdição, incluindo uma pessoa que morreu após a queda de uma árvore. Os detalhes sobre as outras duas mortes ainda não foram divulgados.
Falta de energia e deslocamentos
A tempestade deixou mais de 3 milhões de imóveis sem energia elétrica. Autoridades alertaram sobre ventos fortes e a possibilidade de danos generalizados nas próximas horas, pedindo que a população permaneça em abrigos até a passagem total do furacão. Grandes rodovias na Flórida também enfrentam bloqueios devido a árvores caídas e inundações, o que torna o transporte na região praticamente impossível.
Evacuações em massa
Com o furacão avançando, mais de 3 milhões de pessoas na Baía de Tampa, uma das áreas mais densamente povoadas da Flórida, foram evacuadas preventivamente. Essa retirada em massa transformou cidades inteiras em verdadeiras cidades-fantasma, com postos de gasolina esgotados e prateleiras de supermercados vazias. Brasileiros residentes na área relataram dificuldades para encontrar alimentos e abrigo seguro.
Previsão e coordenação de resgate
Agora enfraquecido, o furacão Milton se move em direção ao Oceano Atlântico, onde deverá ser rebaixado para tempestade tropical. No entanto, autoridades afirmam que os riscos de inundações e ventos perigosos permanecem até pelo menos sexta-feira (11).
Equipes de resgate estão preparadas para agir assim que as condições climáticas permitirem. O presidente Joe Biden destacou o “potencial de destruição” do furacão e enviou equipes federais para coordenar os trabalhos de emergência em conjunto com as autoridades locais. O governador Ron DeSantis reforçou a necessidade de manter a população em locais seguros até que a tempestade perca força.
Cientistas surpresos com intensidade da temporada de furacões
A temporada de furacões no Atlântico em 2024 tem surpreendido cientistas, que a consideram uma das mais atípicas já registradas. O furacão Milton, por exemplo, se intensificou rapidamente, passando de tempestade tropical a furacão de categoria 5 em apenas 46 horas — uma das acelerações mais rápidas já vistas.
Especialistas sugerem que o aquecimento dos oceanos, em particular do Atlântico Norte, e o fenômeno climático La Niña podem estar contribuindo para a intensidade dos eventos climáticos extremos.
Prejuízos e consequências
Analistas de mercado estimam que os danos provocados por Milton podem alcançar até US$ 100 bilhões. Aeroportos em Tampa e Orlando foram fechados, assim como grandes parques temáticos, incluindo os da Disney e da Universal. A expectativa é que a Flórida enfrente um longo período de recuperação após o fim da tempestade.