A explosão de um rojão no altar da Igreja Matriz Santo Estanislau, em Itaiópolis, no Planalto Norte de Santa Catarina, continua gerando desdobramentos. O principal suspeito da ação foi alvo de uma operação policial nesta segunda-feira (4), quando a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão em sua residência, localizada em Mafra.
Durante a operação, foram recolhidos celular e computador do investigado, que agora passam por perícia técnica. A expectativa é que os dispositivos revelem provas sobre o atentado ou indícios de outros atos semelhantes que possam estar sendo planejados.
Doença psiquiátrica e abandono de tratamento
Segundo o delegado Cassiano Tiburski, há suspeita de que o homem tenha agido motivado por questões mentais. A mãe do investigado relatou que o filho faz tratamento psiquiátrico, mas não vinha tomando os medicamentos corretamente e teria apresentado surtos nos últimos dias.
O crime é investigado como vilipêndio religioso e dano ao patrimônio público, uma vez que a igreja, inaugurada há mais de 100 anos, é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2007.
Câmeras flagraram o momento da explosão
O episódio ocorreu na manhã de 30 de julho, e foi registrado por câmeras de segurança. Nas imagens, o homem invade a igreja, tenta abrir o sacrário, mas não consegue. Em seguida, acende um explosivo e o coloca sobre o altar, fugindo do local logo após a detonação.
O barulho da explosão foi alto e assustou moradores próximos. As imagens circularam nas redes sociais, gerando indignação entre os fiéis, que manifestaram tristeza e preocupação com a escalada de violência, inclusive em locais religiosos.
Reações da comunidade e da Arquidiocese
A Arquidiocese de Joinville emitiu uma nota oficial repudiando o ocorrido. No comunicado, a instituição destacou o valor simbólico e cultural da igreja para a comunidade:
“A referida igreja, além de ser patrimônio histórico tombado em nível estadual e federal, é também um espaço de fé, oração e encontro com Deus, que representa a tradição religiosa e cultural da comunidade local.”
A nota ainda conclama os fiéis à união em oração e reforça a confiança nas autoridades:
“Reiteramos nosso repúdio a qualquer ato de desrespeito ao Sagrado e confiamos na atuação das autoridades competentes para o esclarecimento dos fatos.”