O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta uma ordem de prisão emitida pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, que o acusa de “roubar” um avião de carga venezuelano confiscado em Buenos Aires. Este desentendimento ocorre em meio a um crescente atrito nas relações entre os dois países.
O Contexto do caso
A aeronave em questão foi adquirida pela companhia aérea iraniana Mahan Air, a qual está sob sanções dos Estados Unidos. Em junho de 2022, a aeronave foi retida em Buenos Aires, em cumprimento a uma ordem judicial durante a presidência de Alberto Fernández. A tripulação, composta por 14 venezuelanos e cinco iranianos, teve sua saída do país proibida até outubro do mesmo ano. Com a mudança de governo, em fevereiro de 2023, já sob a administração de Javier Milei, o confisco foi finalizado e o avião foi entregue aos EUA, conforme autorização judicial.
As Acusações e a reação do TSJ
A ordem de prisão foi solicitada pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, em 18 de setembro. As acusações não se limitam a Milei; incluem também sua ministra da Segurança, Patricia Bullrich, e a secretária-geral da presidência, Karina Milei. Entre os crimes apontados estão “roubo agravado, lavagem de dinheiro, simulação de fatos puníveis, privação ilegítima de liberdade, interferência ilícita na segurança operacional da aviação civil, uso de aeronaves e associação criminosa”. O TSJ da Venezuela justificou sua decisão com base nas normas penais substanciais, comunicando que “foi acordado o solicitado”.
Tensão nas relações diplomáticas
A crise diplomática entre Venezuela e Argentina se intensificou desde a ascensão de Milei ao poder. Após a reeleição de Nicolás Maduro em julho, que não foi reconhecida pelo governo argentino, ambos os países optaram pela retirada de seus diplomatas, agravando ainda mais a tensão bilateral.