O Ministério Público do Distrito Federal planeja oferecer denúncia contra o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, nas próximas semanas, por supostamente forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores. A acusação está baseada em uma investigação da Polícia Federal, que, nesta semana, entregou à Justiça um relatório com 84 páginas, indicando o jogador e outras nove pessoas. A expectativa é de que a denúncia seja formalizada até o final de abril ou início de maio, para que a Justiça do DF decida se tornará o atleta réu.
A fraude teria ocorrido durante a partida entre Flamengo e Santos, no Campeonato Brasileiro de 2023, realizada em Brasília. Bruno Henrique e seu irmão, Wander, foram indiciados pelos crimes previstos no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata da fraude em competições esportivas, com pena de dois a seis anos de reclusão. Além disso, foram indiciados também pelo crime de estelionato, que prevê pena de um a cinco anos de prisão.
Outras pessoas foram envolvidas no caso, como a esposa de Wander, Ludmylla Araújo Lima, a prima de Bruno Henrique, Poliana Ester Nunes Cardoso, e seis amigos do irmão do jogador. De acordo com as investigações, todos sabiam que Bruno Henrique forçaria o cartão amarelo na partida contra o Santos, e realizaram apostas no resultado.
Conforme conversas obtidas pela Polícia Federal em aplicativos de mensagens, Bruno Henrique e Wander discutiram sobre a possibilidade do jogador tomar o cartão meses antes do jogo, uma vez que ele estava pendurado com dois cartões e sabia que poderia forçar o terceiro para se poupar em uma próxima partida. Após o cartão, Bruno Henrique foi expulso por reclamação.
A investigação foi iniciada pela Polícia Federal após o alto volume de apostas no cartão amarelo, o que chamou a atenção de três operadoras de apostas no Brasil. Bruno Henrique nega qualquer envolvimento com a fraude. O Flamengo, por sua vez, afirmou que não foi notificado pelas autoridades e defende o princípio da presunção de inocência.
O atacante continua relacionado para o jogo desta quarta-feira (16), contra o Juventude, no Maracanã, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. A Polícia Federal já solicitou à Justiça autorização para compartilhar informações do inquérito com o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que deve desarquivar o caso.
