Na noite desta quarta-feira (19), uma discussão em um prédio de Videira, no Meio-Oeste de Santa Catarina, envolveu a vereadora do município e sua namorada, que apresentaram ferimentos e versões completamente opostas sobre o que aconteceu.
Segundo a Polícia Militar, a companheira da vereadora foi encontrada sentada no hall do prédio, com lesão no pé direito, relatando que havia saltado da sacada do segundo andar para fugir do apartamento. Ela afirmou que estava em processo de separação e que, na noite anterior, teria sido trancada no imóvel, agredida com tapas no rosto e enforcada antes de conseguir alcançar a sacada e pular para escapar.
A vereadora, porém, apresentou uma narrativa diferente. De acordo com o relato feito à PM, ela havia recebido uma mensagem da companheira que interpretou como possível traição. Ao chegar em casa após o trabalho, contou que foi atacada pela namorada, possivelmente alcoolizada, sofrendo empurrões e arranhões, além de ter a camisa rasgada. A parlamentar também disse que a companheira correu para a sacada após ameaçar se matar e pulou sobre um telhado de zinco, caindo em seguida em frente ao prédio. Ela relatou ter acionado bombeiros e chamado o irmão imediatamente.
O caso ganhou um novo agravante após a vereadora relatar aos policiais um episódio do dia 11 de novembro, quando recebeu foto de seu filho de 5 anos andando sozinho, descalço, de madrugada, supostamente enquanto estava sob os cuidados da namorada. Segundo o relato, a companheira teria dito que tomou remédios para dormir e não percebeu que a criança havia saído do apartamento.
O delegado Édipo Flamia Hellt, da DPCAMI de Videira, acompanhou o caso durante o plantão. Ele explicou que, por não haver flagrante evidente, determinou a abertura de inquérito policial. A investigação irá apurar possíveis crimes de lesão corporal, violência doméstica e cárcere privado, além de ouvir novamente as envolvidas e testemunhas.
Um médico legista foi acionado para realização dos exames de corpo de delito. O inquérito seguirá sob responsabilidade da DPCAMI de Videira, que analisará as versões apresentadas e os enquadramentos previstos na Lei Maria da Penha.















