“A nossa função não é proibir, mas mediar”, ressalta Marlina sobre repercussão do vídeo gravado no IFC - Campus Brusque
A vereadora Marlina Oliveira Schiessl (PT) se manifestou na sessão ordinária desta terça-feira, 28 de junho, para contrapor o discurso proferido na mesma reunião pelo vereador Ricardo Gianesini, o Rick Zanata (Patriota). Na ocasião, ele falou sobre o vídeo gravado no Instituto Federal Catarinense (IFC) - Campus Brusque, no qual, dentre imagens e textos, aparece o símbolo da bandeira da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Na gravação, o professor de Sociologia interage com estudantes, faz um “L” com a mão direita, aproxima-se do símbolo da URSS e coloca a mão direita sobre o peito, como se fosse cantar um hino. O registro teria sido captado numa despedida organizada para o docente.
Marlina classificou o pronunciamento de Zanata como “um episódio lastimável” e sugeriu que ele deveria ter entrado em contato com a direção da escola para compreender o contexto do vídeo antes de julgar o docente. “O vereador poderia pegar o seu celular, conversar com o diretor da escola, perguntar sobre o que ocorreu e não vir aqui na tribuna para ofender um professor”. Ela acrescentou que Zanata “se expõe nas redes sociais com uma escopeta nas mãos, num país que tem o maior número de células nazistas”, comportamento que, para a parlamentar, “pode ser comparado à apologia ao crime, à violência e ao uso de armas”.
O patriota retrucou a petista: “Não é uma escopeta, é uma metralhadora semiautomática, e eu vou falar na tribuna o que eu bem entender, queira aquele professor gostar ou não. Se a senhora compactua com esse conteúdo que aquele professor estava brincando com os alunos na sala de aula, me poupe. É inadmissível o teu posicionamento em defender ele”.
Marlina respondeu: “Inadmissível é ocupar esse espaço para ofender profissionais. Indagar, perguntar, tentar compreender a situação não tem problema algum, mas desrespeitar, utilizar-se de adjetivos como fora utilizado, é de uma ofensa que eu não consigo nem descrever”.
A vereadora observou que estudantes têm maneiras próprias de se expressar, fato que requer dos professores diálogos e aulas extras a respeito de alguns temas. “Um professor não está naquele espaço para tolher as pessoas de se expressarem. A nossa função [de professor] não é proibir, mas mediar”, frisou. “O que eu vi aqui, foi [o vereador Zanata] apropriar-se de uma questão para fazer politicagem, depreciar a imagem de um educador e de uma instituição que é extremamente relevante para a cidade. Lamento profundamente e externo a minha solidariedade ao professor e aos seus colegas, que devem estar profundamente entristecidos. Que se procure e se conheça a escola. Eu gostaria muito de ver esse exercício de cordialidade e de respeito, porque não é dessa forma que a gente resolve nenhum tipo de questão advinda da escola”.