SUCESSO

Espetáculo 'Paixão e Morte de Um Homem Livre' emociona o público

Apresentações aconteceram nesta quinta (28) e sexta-feira (29) no pátio da Igreja São Cristóvão, em Guabiruba
por *Com informações da Assessoria de Imprensa - Ideia Comunicação 29/03/2024 às 23:27 Atualizado em 30/03/2024 às 14:50
Imagens: Rafael Imhof

Nove mil pessoas passaram pelo bairro Aymoré, em Guabiruba, nesta Quinta e Sexta-Feira Santa, 28 e 29 de março, para acompanhar as apresentações da 24ª edição do espetáculo Paixão e Morte de Um Homem Livre.

Realizado pela Associação Artístico e Cultural São Pedro (AACSP), o espetáculo, que é considerado o maior a céu aberto do Sul do Brasil, teve a participação de mais de 500 voluntários que, há mais de um ano, doam seus talentos em prol da evangelização.

O presidente da AACSP, Sérgio Valle, celebra mais uma edição de sucesso da peça, que neste ano, teve recorde de público na quinta-feira, primeiro dia de apresentações. “Na sexta-feira sempre temos casa cheia, os 4,5 mil ingressos para este dia esgotam rapidamente, mas desta vez conseguimos ampliar muito a plateia do primeiro dia”, diz.

De acordo com ele, em relação à edição anterior, em 2022, a apresentação de quinta-feira teve um crescimento de mais pessoas na plateia. “Batalhamos muito nas últimas três semanas para ter um público maior do que estávamos registrando na quinta-feira e conseguimos. Foram mais mil pessoas que assistiram ao teatro e, dessa forma, o projeto alcança os seus objetivos, que é evangelizar ainda mais, levar a Palavra de Deus a mais pessoas. Isso é muito gratificante para toda equipe da associação”.

Produzido integralmente por voluntários, o presidente da entidade destaca o comprometimento e o trabalho de cada membro da equipe, que contribuiu para mais uma edição histórica do Paixão e Morte de Um Homem Livre. “O voluntariado é a alma desse projeto, é o que faz a associação existir. Se não tiver pessoas se doando em favor da causa, de um objetivo comum, não existe a associação. A diretoria só tem a agradecer a todo elenco, equipe técnica, coordenações: sem a dedicação de cada um, nada disso seria possível”.

Neste ano, a estrutura do Paixão e Morte contou com novidades, como os telões de LED, que proporcionaram ao público melhor visualização dos detalhes das cenas, além da praça de alimentação e a loja de souvenirs da associação. A venda on-line de ingressos também foi realizada pela primeira vez. “A venda por aplicativo foi um sucesso, o sistema de entrada funcionou bem. O telão, uma das principais novidades, também funcionou, e o público conseguiu visualizar melhor. Colocar tudo isso para funcionar não é algo simples, mas conseguimos. Foi tudo além do esperado”.

Visando a acessibilidade, pelo telão, o espetáculo foi traduzido na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e as duas apresentações também contaram com a audiodescrição para deficientes visuais.

Milagres de Jesus e a fé das mulheres

A cada edição, a história da morte e ressurreição de Jesus é encenada de uma perspectiva diferente. Já na abertura, a surpresa: o público acompanhou encantado a representação da criação do mundo, com o surgimento da luz, sistema solar, todas as espécies de plantas, animais e a humanidade com Adão e Eva.

Neste ano, o espetáculo foi construído a partir da narrativa dos irmãos Lázaro, Marta e Maria. Foi através deles, que alguns milagres de Jesus foram apresentados, destacando o poder da fé das mulheres.

Ao longo de 2h30 de espetáculo, o público pode acompanhar a representação do que é retratado no Evangelho de Lucas, quando Jesus ressuscita o filho único de uma viúva; a cura da sogra de Pedro, relatado nos Evangelhos de Marcos, Lucas e Mateus; e a expulsão de sete demônios que atormentavam Maria Madalena, presente também no Evangelho de Lucas.

As cenas da Santa Ceia, prisão e julgamento até chegar à crucificação e morte de Jesus também emocionaram o público, que acompanhou cada detalhe ansioso pela ressurreição, principal fundamento da fé cristã. Com show de fogos, elenco e toda a equipe técnica no palco, as duas apresentações encerraram sob muitos aplausos da plateia e a certeza de missão cumprida. 

“O sentimento é de gratidão por uma equipe tão incrível, desde a parte técnica, elenco, diretoria, apoio, que trabalharam juntos para fazer mais uma edição de sucesso. Acredito que chegamos ao objetivo de emocionar e encantar compondo uma história que foi pensada com muito carinho. Conseguimos unir fé e arte”, destaca o dramaturgo e diretor do espetáculo, Marcelo Carminati.

Apoio

Para acomodar os 9 mil espectadores divididos nos dois dias de apresentações, a AACSP contou com uma equipe de apoio formada por 20 pessoas. Eles foram os responsáveis por organizar a entrada do público e a estrutura disponível para assistir ao espetáculo.

Coordenada pelo representante comercial Ingo Valdir Fischer Júnior, 52 anos, o trabalho da equipe inicia ainda no início da semana, com a organização das 4.500 cadeiras de acordo com as orientações de segurança do Corpo de Bombeiros.

Nos dois dias de apresentações, a equipe se dividiu na limpeza das cadeiras e acomodação do público nos lugares e também fez o trabalho na bilheteria, liberando a entrada dos espectadores. “Na quinta-feira depois que encerrou, organizamos as cadeiras e limpamos uma parte, e na sexta-feira chegamos um tempo antes para limpar a outra parte e deixar tudo pronto. Depois que a apresentação de sexta é finalizada, nós retiramos as cadeiras e deixamos o pátio limpo para entregar como pegamos”, destaca.

Para ele, que coordena a equipe de apoio a cinco edições, a sensação após tudo finalizado é de dever cumprido. “É muito gratificante. Temos nossos afazeres do dia a dia e participar do espetáculo requer tempo para se doar. Às vezes até penso em dar um tempo, mas está no sangue. Quando chega o ano do espetáculo, já começo a me movimentar para participar. Nada melhor do que servir a comunidade em algo que leva o nome de Jesus”.

Ator estreante

Enquanto se transformava em gladiador nos bastidores, o fisioterapeuta e professor de defesa pessoal krav maga, Wilfredo de Jesus Perales Ydrogo, 26 anos, não escondia a ansiedade para subir ao palco do Paixão e Morte pela primeira vez. Natural da Venezuela, ele mora em Guabiruba há três anos, e ficou sabendo do espetáculo pelos alunos da escola em que trabalha.

“As crianças me falaram do teatro e me motivaram. Mostraram vídeos da edição anterior e me chamou muito a atenção, então decidi ser um voluntário e participar”, conta.

Encantado com toda a organização e o trabalho de cada voluntário, o venezuelano não esconde o orgulho de poder fazer parte desta história. “É algo que enche o coração de muitas pessoas. Nos faz lembrar que Jesus morreu por nós, pelos nossos pecados. Fiquei um pouco nervoso, mas procurei dar o meu melhor em cima do palco”.

Famílias no palco

Entre os mais de 500 voluntários do elenco está a família da guabirubense Bianca Kohler Olinger. Ela e o marido Rafael Luiz Olinger já subiram ao palco, porém nesta edição a participação se tornou ainda mais especial pois as filhas Sofie e Malu, de 6 e 3 anos, estrearam no espetáculo. “Assim que surgiram as vagas para o elenco, falei para o Rafael que iríamos participar e incluir as meninas. No início foi um pouco complicado os ensaios, por conta da rotina, mas conseguimos administrar muito bem e elas amaram a experiência”, lembra. 

Bianca esteve na peça com as pequenas, fazendo parte do povo. Para ela, até o mais simples dos papéis do teatro é importante, mesmo que seja em meio à multidão, cada um faz a diferença para o espetáculo. Para a família, a função de todo o elenco é de encenar da melhor forma possível a história de Jesus e tocar o coração do público que assiste. “Assim como foi dito em um momento de oração com o elenco, o mais importante é poder levarmos para as pessoas a história de Jesus, assim como  Ele mesmo falou: ide e evangelizai. E é essa a nossa missão com o Paixão e Morte, tenho certeza que muitas pessoas saíram daqui transformadas. Mesmo que a história seja a mais conhecida da humanidade, assistindo o espetáculo você é tocado de uma maneira diferente, toca o seu coração de uma maneira como nunca antes fora tocado”, afirma a guabirubense.  

Os integrantes da família Baumgartner também subiram ao palco juntos. Edison e Patrícia participam desde o ano 2000 do Paixão e Morte, desde quando entraram para o grupo de danças da associação. De lá para cá, já passaram por várias funções: Patrícia começou fazendo papel de povo, depois atuou por vários anos na equipe de maquiagem e figurino de Jesus. Edison foi soldado e trabalhou na equipe de contrarregras. Agora, eles retornam ao palco acompanhados dos filhos, Julia, 7 anos, e Bento, 6 anos. “Ficamos de fora da edição de 2022, e agora decidimos voltar e trazer as crianças. Mostrar para eles o caminho. São o futuro desse trabalho tão bonito”, destaca a mãe, orgulhosa.

Edison afirma que no começo, até relutou em participar, devido a toda dedicação necessária com os ensaios, que aconteciam todos os domingos, desde fevereiro. Mas no final, acabou cedendo e não se arrepende da escolha que fez. “Só gratidão. Vale a pena todo minuto. Cada vez é uma emoção diferente”, diz. “É algo que não fazemos por nós, fazemos pelos outros, para evangelizar e contribuir para que todos tenham um pouco desse sentimento”, completa Patrícia.

Na quinta-feira, todos os voluntários e equipe técnica participaram de um momento de reflexão sobre a Paixão de Cristo, com o músico e pregador do acampamento Juvenil de Botuverá e Guabiruba Maikew Lucas. Já na Sexta-feira Santa, a solenidade da Paixão e Morte de Jesus, antes da apresentação, foi presidida pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padre Marilton Nuss, e concelebrada pelo padre Zaqueu Suczeck, reitor do Convento Sagrado Coração de Jesus, com momento de contemplação à Santa Cruz, fortalecendo a fé dos participante desta edição.  

Saiba mais

A 24ª edição do espetáculo Paixão e Morte de Um Homem Livre é uma realização da Associação Artístico Cultural São Pedro (AACSP), com apoio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, com patrocínio de Havan, Stock Archer, Kohler & Cia, Guabifios e Hipertêxtil, e patrocínio da Prefeitura de Guabiruba por meio da Fundação Cultural. Mais informações a respeito desta edição está disponível em www.aacsp.com.br  ou @aacspguabiruba (Instagram).

Uma das novidades desta edição foi a instalação de dois telões que transmitiram o espetáculo ao vivo. Imagem: Rafael Imhof


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