Com o avanço da vacinação e mudanças positivas nas medidas restritivas em vários Estados do Brasil, assim como em Santa Catarina, o uso de máscaras em locais abertos não é mais necessário, mas as pessoas não podem esquecer da importância de manter ainda, muitas medidas de controle de contaminação, principalmente, a higienização, lembra o médico infectologista e membro da Associação Brusquense de Medicina - ABM, Ricardo Freitas. Segundo ele, uma das perguntas mais frequentes feitas pela população é sobre o fim da pandemia.
“O que temos visto, é que ela teve um alívio bastante importante na região onde a gente mora, mas a pandemia continua, pois é uma doença universal, que acontece no mundo todo. Agora, ela persiste, “ela está ai” e, pelo menos num curto prazo, não há nenhuma perspectiva dela sumir”, explica o médico, citando o caso da cidade de Brusque, onde “graças à população, nós temos uma taxa de letalidade hoje, que é uma das menores do Brasil”.
Ainda de acordo com o especialista, as medidas restritivas não devem ser totalmente relaxadas e esquecidas neste momento e não vê nenhum problema de contaminação com a desobrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos.
“A flexibilização do uso de máscaras em locais abertos é para pessoas que estão sozinhas ou que conseguem manter um distanciamento adequado entre elas. Desta forma, nunca houve contágio na verdade. Existia um excesso de zelo, porque o número de casos era bastante grande na região. Agora, a gente consegue usar mais a técnica e a técnica diz que, se você está sozinho e respeitando o distanciamento, você não consegue transmitir a doença e nem pegar a doença de ninguém”, opina Freitas.
Para o médico, a manutenção dos cuidados para que não aconteça no Brasil, o mesmo que na Europa, como o uso de máscara em ambientes confinados é fundamental.
“Se você está num ambiente fechado, num banco, na lotérica, no supermercado, num ambiente que é fechado e não tem ar circulando, é só ar condicionado , você tem que usar máscara. Quando você vai pegar um alimento no buffet, por exemplo, você vai ter que usar máscara, não vai ficar falando em cima do alimento, não há a possibilidade disso acontecer ainda, talvez nunca”, alerta o infectologista e completa: “a questão da higienização teria que ser eterna, com o uso do álcool em gel e a higienização frequente de mãos, pois isso não impede só o coronavírus , impede as diarreias, as conjuntivites, os quadros gripais e uma série de outras doenças que vem da esteira do COVID”.
VACINAÇÃO
Neste sentido de continuar a prevenção, o infectologista é categórico ao destacar que não se pode “baixar a guarda”, pois apesar da diminuição do número de casos e internações, ainda há pessoas sendo contaminadas por causa da doença.
Conforme Ricardo Freitas tem explicado em suas palestras, “a gente precisa respeitar o vírus”, pois não vamos conseguir eliminá-lo 100%, mas precisamos aprender a conviver com ele pacificamente, porém isso leva tempo. A ciência tem pesquisado o vírus incansavelmente, assim como já foi feito com outros vírus e bactérias, mas cabe a população fazer a sua parte e a vacinação é fundamental. “Não se pode esperar por uma vacina melhor no ano que vem”, diz o médico infectologista, ao relatar que ainda ouve muito essa frase por parte de algumas pessoas.
Freitas lembra que, com a chegada do verão há mais pessoas circulando, então a terceira dose é importante para compensar a perda da eficácia da primeira dose, principalmente, na faixa etária dos 60 anos, que foi uma das primeiras a receber a imunização.
“A vacina tem que continuar e tem que ser intensificada, para que a gente possa ter uma condições de receber pessoas em nosso país. Nós temos ainda uma parcela da população que não aceita isso e ela está vulnerável, a receber e a transmitir a doença , como a gente está vendo na Europa”, frisa o especialista, destacando ainda que “Na Europa, tem um percentual bastante grande, em torno de 40% da população que não quis se vacinar ou não foi procurar a vacina. Temos um distanciamento da primeira dose da vacina que eles fizeram no Velho Continente antes da gente, mas não fizeram a terceira dose de reforço, então isso também implica num grupo maior de pessoas que não estão imunizadas e elas ficam vulneráveis a doença do coronavírus”.