EDUCAÇÃO

UFSC apresenta proposta e aulas devem ser retomadas em julho

Plano será discutido nesta sexta-feira (26) pelo Conselho Universitário e inclui planejamento para acesso à internet; aulas presenciais não têm previsão de retorno
por Nd+ Notícias de Santa Catarina 24/06/2020 às 15:48
Divulgação

A UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) apresentou, na manhã desta quarta-feira (24), um relatório oficial com um plano de retomada do ensino. As medidas foram debatidas, segundo a universidade, em dezenas de reuniões dos comitês e subcomitês que foram criados ainda no final de maio.

As propostas começam a ser discutidas pelo Conselho Universitário da UFSC nesta sexta-feira (26), e se forem aprovadas inicialmente, darão início às regulamentações necessárias. Em uma primeira previsão, o ensino remoto deve ser retomado no final de julho.

O MPF (Ministério Público Federal) recomendou, nesta segunda-feira (22), que a universidade apresentasse medidas para retomada em até 30 dias. A UFSC informou que o tema já tinha previsão de ser debatido ainda nesta semana.

Segundo a universidade, o plano traz propostas baseadas em dados epidemiológicos e em pesquisas realizadas com a comunidade. A UFSC ressalta que dois princípios foram seguidos: cuidado e respeito.

Conforme a Agecom (Agência de Comunicação da UFSC), as ações de inclusão já começam paralelamente, com a quantificação de quem precisa de acesso à internet, com negociação de valores para a compra, pacotes de com provedores, entre outras medidas.

Assim que o Conselho Universitário aprovar as propostas, os colegiados de cada curso terão autonomia para organizar seus funcionamentos, visto que algumas disciplinas são exclusivamente presenciais.

AULAS REMOTAS POR TEMPO INDETERMINADO

De acordo com o reitor da UFSC, Ubaldo Cesar Balthazar, o caminho, criado de forma conjunta, deve ser seguido pelos próximos meses.

“Ele [o plano] prevê a volta das atividades de ensino, só que de forma flexível, e não presencial, com oportunidades de acesso às tecnologias para estudantes, professores e técnicos, e alternativas para que ninguém seja prejudicado”, explica.

Em um vídeo publicado pela UFSC, o reitor afirma ter confiança na retomada do ensino já a partir de julho.

“Certamente, a partir do próximo mês, nós vamos voltar à normalidade. Mas vamos voltar a uma ‘nova normalidade’ […], porque nós não vamos ter aula presencial enquanto essa pandemia estiver entre nós. Isso é um consenso da universidade.”

Conforme a Agecom, o retorno presencial depende de vacina e medicamento que controle a situação da pandemia. Portanto, não há previsão.

RETORNO EM TRÊS FASES

Enquanto persistir a pandemia de Covid-19, as atividades da UFSC serão organizadas em três fases, que podem ser reversíveis em função de um conjunto de indicadores epidemiológicos. Confira:

Fase 1: aplica-se no período de expansão e pico da pandemia. Nela, todas as atividades pedagógicas e administrativas são realizadas em modo não-presencial, exceto aquelas com impacto no combate à Covid-19 e outras essenciais indicadas pela administração superior.

Fase 2: aplica-se no período de declínio e controle da pandemia e se dá em dois momentos. No primeiro momento, a estrutura da universidade é preparada para receber algumas atividades presenciais (ou semipresenciais); uma vez que essa organização esteja concluída, a universidade pode realizar atividades pedagógicas e administrativas em modo semipresencial.

Fase 3: retorno ao conjunto das atividades presenciais, com a manutenção de sistemas de controle necessários à liberação de todas as atividades.

A UFSC ressalta que chegar à fase dois ou três só será possível se houver autorização explícita e reversível, emitida pelo reitor da universidade.

As mudanças de fase também respeitarão critérios, como indicadores de saúde específicos, infraestrutura adequada, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e treinamento finalizado.

PROPOSTAS DETALHADAS

As propostas criadas e delineadas pelos comitês da UFSC concentram-se principalmente na Fase 1, em que o Brasil está atualmente, considerando o alto número de casos e mortes, e a necessidade de isolamento social.

Neste momento, as atividades administrativas e acadêmicas são principalmente não-presenciais.

ACESSO À INTERNET

A UFSC destaca que, durante a primeira fase, os estudantes devem ter assegurado o acesso a equipamentos e internet, por meio de empréstimo, aquisição ou doação de computadores.

Há também a possibilidade de organizar o uso seguro dos laboratórios de informática, para estudantes que possam acessá-los.

Serão fornecidos pela UFSC pacotes de internet (de forma direta ou por meio de um auxílio financeiro), ou ainda por meio da negociação com provedores de internet para concessão de planos.

A partir de 1º de julho será possível cadastrar-se para receber esse auxílio. Podem participar os estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação presencial, programas de pós-graduação, ensino médio e fundamental do Colégio de Aplicação da UFSC.

Estudantes e docentes também devem ter acesso à capacitação adequada sobre plataformas de webconferência ou de ensino não presencial, continua a universidade.

Situações excepcionais de estudantes que não tenham privacidade e silêncio para estudar também deverão ser consideradas pela UFSC. Para isso, deve haver condições flexíveis nos prazos e nos horários de atendimento dos professores aos alunos.

Além disso, a universidade afirma que será oferecida a garantia da qualidade das atividades pedagógicas, com aumento da oferta de monitoria e auxílio pedagógico, com o atendimento a estudantes com deficiência e com o monitoramento dessas atividades para evitar o desgaste de saúde e socioeconômico dos alunos, além da evasão e abandono dos cursos.

Docentes serão incentivados pela UFSC a se vacinarem contra a gripe, além de terem autonomia em seus colegiados para, inclusive, alterar os calendários.

Se não for possível trabalhar de casa, o docente deve solicitar junto à direção da unidade a liberação do acesso ao campus. Mas para isso, o servidor deve estar em plena saúde, não ser do grupo de risco e não conviver com alguém do grupo de risco ou infectado por Covid-19.

CALENDÁRIO

– A proposta de Calendário Suplementar Excepcional também será discutida pelo Conselho Universitário.

– Os planos elaborados pelos comitês levam em consideração a excepcionalidade da pandemia, a diferença entre o que se compreende como calendário letivo e o calendário civil e a não equivalência das atividades presenciais e não presenciais, além da autonomia relativa dos colegiados.

– Haverá uma fase de ajuste de matrícula, no qual será possível trancar o semestre, cancelar disciplinas, assim como matricular-se em novas.



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