As possíveis mudanças previstas para a Escola de Educação Básica (EEB) Padre Lux para o próximo ano levaram os vereadores à tribuna da sessão ordinária desta terça-feira, 14 de novembro. Membros da Associação de Pais e Professores (APP) do educandário procuraram os parlamentares após terem informações de que a escola, que é estadual, seria municipalizada, e que não mais ofertaria turmas de Ensino Médio.  

Vereadores em defesa

Para Marlina Oliveira (PT), a mudança é uma violência contra a educação. Ela disse que teve informação de que o governo estadual pretende reduzir a oferta do Ensino Médio em Brusque de dez para quatro educandários, localizados apenas na região central da cidade, causando evasão escolar. “Eu não consigo entender como um estudante que mora no Azambuja e arredores vai se deslocar com tranquilidade para o centro. Vamos contribuir para que os nossos jovens evadam, percam o desejo de ir para a escola”, disse.  A vereadora pediu que o prefeito André Vechi (PL) intervenha sobre o assunto junto ao governador Jorginho Mello (PL). “É inconcebível essa questão de trazer tudo para o centro da cidade e deixar os bairros desassistidos. Em especial, numa cidade que a gente sabe que a classe jovem é trabalhadora, precisa ir e voltar”, protestou.

Nik Imhof (MDB) expressou solidariedade à comunidade escolar da Padre Lux que se fazia presente no plenário, em protesto contra a municipalização do educandário. “Contem com o nosso apoio na pauta levantada por vocês. Temos uma audiência [pública] a ser agendada. Convidar até os pais, que é bom essa manifestação, esse movimento dos pais, dos alunos. Vai ter essa audiência pública pra a gente debater justamente esse tema”, informou, em referência ao Requerimento nº 209/2023, de Jocimar Santos (DC).

Atual líder de governo na Câmara, Ricardo Gianesini, Rick Zanata (Patriota), tranquilizou a plateia e afirmou que o prefeito irá minimizar os danos. “Ele foi muito claro no vídeo, colocando que a questão da municipalização não vai acontecer este ano, nem no ano que vem. E se caso acontecer, com certeza vai ser amplamente discutida com vocês”, disse, ao se dirigir à comunidade. O vereador se comprometeu, junto aos outros parlamentares, a participar destas tratativas. “A questão do ensino médio noturno é uma decisão do governo do estado. O prefeito municipal não tem o poder da caneta, de ir lá e interferir nessa decisão do governador, mas ele vai fazer uma movimentação política e com certeza vai falar com o governador pra que ele reveja essa situação”.

Jean Pirola (PP) reforçou a ligação de todos os vereadores com a educação pública e disse que já esclareceu as informações com a secretária de Educação do município, Franciele Mayer. “Há uma decisão do estado, a qual eu sou contrário a esse pensamento”, disse em referência à intenção do governo estadual de fechar unidades escolares em Brusque. “Não dá pra você imaginar fechar educandários quando a nossa população está cada vez crescendo mais”, pontuou. O vereador Deivis Junior (MDB) declarou que irá mobilizar os deputados estaduais da bancada do seu partido para que estes reivindiquem ao governador a manutenção do ensino médio na Padre Lux. “Temos que ter cada vez mais opções de escolas, não pensar no fechamento”, acrescentou.

“Quando eu vi a notícia eu não acreditei. Em vez de a gente ir pra frente, a gente está indo pra trás”, manifestou o vereador Alessandro Simas (PP). “Não tem sentido nenhum fechar um centro de educação que atende muito bem a comunidade, pra ‘jogar’ essas crianças e adolescentes pra um outros local, onde já há um número grande de alunos estudando, uma sobrecarga”, disse. “Eu apoiei o governador [nas eleições], acredito que boa parte da Câmara também. Ele fez quase 80% dos votos de Brusque e nós não merecemos um presente desses. Não é justo com a cidade”, criticou.

O vereador Natal Lira (DC) também se posicionou favorável à manutenção do educandário estadual e afirmou que a Câmara irá conseguir reverter a situação. Por fim, Jean Dalmolin (Republicanos) relembrou que os vereadores pleiteiam, desde o início da legislatura, a construção de nova escola estadual na região entre os bairros Limeira e Limoeiro. Dalmolin chamou a atenção ainda para as condições precárias de algumas calçadas e vias da cidade, que trazem riscos à mobilidade destes estudantes que precisariam se deslocar a pé ou de bicicleta. 

Audiência Pública

Durante a reunião, os parlamentares aprovaram o Requerimento nº 209/2023, por meio do qual o vereador Jocimar Santos solicita uma audiência pública na Câmara para debater e esclarecer à comunidade detalhes sobre a possibilidade de municipalização da EEB Padre Lux. O evento ocorrerá no plenário da Câmara no dia 27 de novembro, às 18h30. 

Texto: Aline Bortoluzzi/Imprensa Câmara Brusque