A prática de soltar pipas com linha de cerol — mistura cortante que geralmente contém vidro moído — tem gerado preocupação e medo no bairro Rio Branco, em Brusque. O caso mais recente aconteceu na semana passada, quando uma menina de 7 anos teve um corte no nariz após ser atingida por uma dessas linhas.
O caso foi discutido na sessão da Câmara de Vereadores nesta terça-feira (18), quando o vereador Valdir Hinselmann (PL) levou ao plenário uma pipa com linha de cerol para alertar sobre o risco.
Linha cerol colado e risco à vida
Segundo o vereador, a linha usada na pipa continha grande quantidade de vidro colado, o que poderia ter causado ferimentos mais graves. A criança só não se machucou com mais gravidade porque o óculos que usava ajudou a proteger o rosto.
“Por muita sorte e pelo óculos, o pior não aconteceu com a menina. Se não houver uma ação maior e fiscalização, podemos perder vidas, seja de crianças ou motociclistas.” afirmou Valdir.
Professores precisam vasculhar pátio da creche
A situação é tão frequente que professores do Centro de Educação Infantil Prefeito Hylário Zen precisam fazer uma varredura diária no pátio da escola para garantir que nenhuma linha com cerol esteja pendurada e represente risco às crianças.
Moradores da região também relatam que pipas com cerol caem nos telhados e quintais, aumentando o risco de acidentes. Em um dos casos citados, o filho de um morador quase se feriu dentro da própria casa com uma linha cortante.
Entregadores evitam o bairro
Outro reflexo do problema é no setor de entregas. Segundo o vereador, motociclistas estão evitando aceitar pedidos no bairro por medo de se ferirem ao passar por áreas com pipas voando ou linhas caídas.
“Tem entregador que vai ganhar 4, 5 reais numa entrega e pode perder a vida por causa de uma linha com cerol”, alertou Valdir.
Comunidade quer fiscalização efetiva
Valdir destacou que já existe lei municipal que proíbe o uso de cerol, mas que ainda falta definição sobre o órgão responsável pela fiscalização e aplicação de punições. Segundo ele, é preciso união entre Câmara, Executivo e forças de segurança para combater a prática.
Reunião pública será realizada no dia 24
Para discutir medidas práticas, uma reunião comunitária foi marcada para segunda-feira, dia 24 de novembro, às 18h30, no CEI Prefeito Hylário Zen, no bairro Rio Branco.
Foram convidados:
- Vereadores
- Secretaria de Educação
- Polícia Civil
- Polícia Militar
- Guarda de Trânsito de Brusque (GTB)
- Representantes da imprensa
- Comunidade local
“Vamos convidar todos os órgãos e a imprensa para mostrar onde tudo começa. Precisamos unir forças para inibir essa prática criminosa”, concluiu o vereador.














