O Projeto Magicubo, que une neurociência e educação, entrou em uma nova fase de expansão e inovação em Brusque. A iniciativa, desenvolvida em parceria com a Faculdade Censupeg, agora alcança 15 escolas da rede municipal, beneficiando mais de mil estudantes. O projeto visa estimular as funções executivas e a neuroplasticidade dos alunos, ampliando o estudo iniciado em 2021 com base em metodologias que unem cognição, raciocínio lógico e desenvolvimento socioemocional.
Resultados científicos e reconhecimento
A ampliação ocorre após a publicação do primeiro artigo científico na Revista Europeia de Educação Especial Inclusiva, que comprovou avanços significativos em alunos das escolas Augusta Dutra de Souza e Alberto Pretti. Entre os resultados identificados estão melhorias na organização neurológica, rapidez de raciocínio, controle da ansiedade e agilidade cognitiva. O estudo também destacou o potencial clínico do método, apresentado em julho deste ano durante o evento Inovações e Desafios nas Ciências Biomédicas, promovido pela Federação da Sociedade de Biologia Experimental (FESB), na Unicamp.
Com o impacto positivo, o Laboratório de Inovações Educacionais e Estudos Neuropsicopedagógicos (LIEENP), da Faculdade Censupeg, assumiu a coordenação da nova etapa, sob a liderança do Dr. Fabrício Bruno. Professores das escolas participantes receberam formação em neuropsicopedagogia com o próprio Dr. Fabrício e a professora Érica Garcia, garantindo a aplicação correta da metodologia.
Educação transformadora e histórias reais
Desde a implantação inicial, o Magicubo tem demonstrado resultados expressivos. Em 2025, o projeto recebeu o Prêmio FECAM – Práticas de Excelência. Uma sondagem feita pela Secretaria de Educação mostrou que a turma piloto de 2022, hoje no 6º ano, possui apenas 9% de alunos em defasagem escolar — índice bem inferior à média nacional, que chegou a 55% após a pandemia.
Mais do que números, o projeto tem transformado histórias de vida. “É emocionante ver o impacto na autoestima, na cooperação e na postura dos alunos em sala de aula. A experiência mudou não apenas os estudantes, mas também a minha forma de ensinar”, contou Érica Garcia Silveira Gonçalves, integrante da equipe LIRE e responsável pelo Magicubo.
Na Escola Carlos Moritz, o diretor Thiago Alessandro Spiess relatou um caso marcante. “Um aluno que ainda usava máscara no pós-pandemia passou a se destacar com o cubo. Ganhou confiança, socializou-se, melhorou o desempenho escolar e a organização pessoal. O projeto transformou sua rotina e seu comportamento.”
Inovação inclusiva com o robô “Cubito”
Em parceria com a Univali, o Magicubo também inaugurou uma frente inédita na área da tecnologia assistiva: o Cubito, um robô inclusivo criado pela equipe LIRE de Robótica Educacional. O equipamento permite que crianças com limitações motoras, como vítimas de AVC ou paralisia cerebral, participem das atividades com o cubo mágico por meio de sensores que traduzem toques em movimentos digitais no computador, tablet ou celular.
O Cubito já foi testado em escolas da rede e 14 novos protótipos estão em produção. Além do uso pedagógico, o dispositivo tem potencial para aplicação em áreas como fisioterapia e fonoaudiologia. O próximo passo é expandir os estudos para atender também estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Escolas participantes
A nova etapa do Magicubo contempla as escolas EEF Paquetá, Alberto Pretti, Theodoro Becker, Carlos Moritz, Rio Branco, Nova Brasília, Augusta Dutra de Souza, Augusta Knorring, Prof. José Vieira Côrtes, Pe. Carlos Fusão, Edith Gama Ramos, Prof. Georgina Ramos da Luz, Gonzaga Stainier, Pe. Vendelino e Oscar Maluche.
Com resultados reconhecidos nacional e internacionalmente, o Magicubo consolida Brusque como referência em inovação educacional, mostrando que ciência e sensibilidade podem caminhar juntas para transformar o aprendizado e a vida dos estudantes.
*Com informações da Secom/Prefeitura de Brusque
