O Jornal da Manhã desta quinta-feira (25/9) recebeu, ao vivo, a Sargento Caroline Leite da Silva, responsável pelo Programa Rede Catarina em Brusque. A iniciativa, de âmbito estadual, atua no combate à violência doméstica através do atendimento acolhedor e empático para as mulheres com Medida Protetiva de Urgência (MPU), instrumento legal previsto na Lei Maria da Penha.
Entre as ações, destaque para a realização de visitas preventivas e o cumprimento das medidas protetivas. O programa também permite que as vítimas tenham em seus celulares o Botão do Pânico através do aplicativo da PMSC.
Número de atendimentos
No primeiro semestre, 321 mulheres foram atendidas pelo Programa em Brusque. Números, segundo a policial, que ficam na média estadual.
Sargento Caroline ainda destacou a importância da denúncia e como buscar pelo atendimento.
A policial explicou que, basicamente, há duas formas de acionamento. Em casos flagrantes de violência, através do telefone 190. Porém, para as vítimas que seguem sob ameaça e agressões, o Rede Catarina disponibiliza o telefone (48) 9 8861 0554 para atendimento em Brusque.
“Eu vou fazer contato com essa mulher e oferecer nosso aplicativo com o Botão do Pânico, dar todo o suporte que ela precisa e tirar dúvidas. Vou fazer visitas também”, explicou a sargento.
O ciclo da violência
A entrevista lembrou das dificuldades enfrentadas pelas vítimas para romperem o chamado “ciclo da violência”, no qual o relacionamento não é linear e oscila entre períodos de calmaria e turbulência.
“O 1° estágio do ciclo é a tensão, onde a mulher tem que ligar o alerta, onde começa as humilhações, os xingamentos e ofensas, até que chega a segunda parte, a mais grave, a explosão, quando tem o sexo forçado, há tapas, socos. É nesse momento que ela vai perceber que é vítima de violência doméstica e se ela não tomar providência vai dar início novamente ao ciclo, ela vai para a 3ª° fase, que é a lua de mel. Então, ela acredita que ele vai mudar, ele vem com pedidos de desculpas, com promessas e ela vai ter que rodar o ciclo todo de novo”, explicou Caroline.
Um dos fatores destacados pela policial que fazem a mulher permanecer nesse cenário é a dependência financeira e emocional da vítima em relação ao agressor.