Após a divulgação de um vídeo com denúncias graves de assédio moral e abuso de poder no Centro de Educação Infantil (CEI) Bisa Olga Fischer, em Brusque, a Secretaria Municipal de Educação se manifestou oficialmente. A resposta veio da própria secretária da pasta, Franciele Mayer, que contestou as acusações feitas pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Brusque e região (SINSEB).
Segundo o sindicato, funcionários da unidade estariam sendo pressionados e desrespeitados pela direção. A presidente do SINSEB, Tânia Mara Vieira Pompermayer, afirmou que a diretora agiria de forma autoritária e que a Secretaria teria ignorado denúncias formais.
Secretaria defende atuação e nega omissão
Em resposta, Franciele Mayer disse que trata com seriedade todas as manifestações relacionadas ao ambiente escolar, inclusive as denúncias de assédio. Segundo ela, o CEI possui 74 servidores e atende em dois turnos, o que exige atenção contínua na gestão de conflitos e rotinas.
A secretária explicou que a organização das unidades é responsabilidade dos diretores escolares, e que essas funções muitas vezes exigem posturas firmes. “Não é prudente imputar conduta criminosa a um diretor por exercer as atribuições legais do cargo”, afirmou.
Avaliação interna contradiz denúncias
Franciele também apresentou dados de uma Avaliação Institucional realizada no fim de 2024, na própria unidade. Conforme o levantamento, 92% dos servidores participaram da pesquisa e mais de 89% indicaram que a diretora “sempre” ou “quase sempre” promove um ambiente de respeito, confiança e colaboração.
“Mesmo havendo críticas, a maioria da equipe reconhece uma gestão ética e comprometida”, destacou.
Acompanhamento técnico é rotina, diz secretária
Em relação à acusação de inércia diante das denúncias, Franciele Mayer negou omissão. Segundo ela, a Secretaria atua com visitas técnicas, reuniões, escuta ativa e orientação sempre que recebe qualquer tipo de manifestação — seja sobre conduta, organização interna ou alimentação escolar.
Ela também esclareceu que a aplicação de medidas mais rígidas, como sindicâncias ou processos administrativos, ocorre apenas após esgotadas as tentativas de diálogo e orientação. “Esse é um processo legal, conhecido pelo próprio sindicato, que participa formalmente das comissões processantes”, afirmou.
Gestão alerta para risco de divisões internas
A secretária demonstrou preocupação com o tom das acusações feitas pelo SINSEB, que, segundo ela, podem enfraquecer o ambiente de cooperação dentro da rede pública.
“Colocar diretores contra professores não ajuda a resolver problemas. Pelo contrário, atrapalha a construção coletiva que sempre orientou a educação em Brusque”, declarou.
Franciele concluiu reafirmando seu compromisso com a valorização dos profissionais e a legalidade das ações da pasta. Ela também destacou que formações sobre assédio moral e sexual foram realizadas recentemente com a presença da equipe técnica, diretores e representantes do próprio sindicato.