Nos dias 28 e 29 de agosto, a Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado de Santa Catarina (FETRAMESC), em parceria com a Nova Central Sindical de Trabalhadores de SC (NCST-SC), promoveu na sede da Fetiesc, em Itapema, o 1º Seminário de Comunicação, com o tema “Liberdade de expressão e comunicação: navegando pelas bolhas, fake news e novos paradigmas – o sindicalismo na era da desinformação e conectividade”.
O encontro reuniu cerca de setenta dirigentes sindicais e comunicadores de diversas regiões de Santa Catarina, em dois dias de intensos debates sobre a importância da comunicação como instrumento estratégico de mobilização, defesa da democracia e fortalecimento da representatividade sindical.
A solenidade de abertura contou com a presença do presidente da FETRAMESC, Orlando Soares Filho, do presidente da NCST-SC, Izaias Otaviano, do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Itapema, Fernando Castanheira, das diretoras de Comunicação e Imprensa e da Mulher e Juventude da FETRAMESC, Adriana Classar Ribas e Ivana Aparecida Pereira, respectivamente; do superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Santa Catarina, Paulo Roberto Eccel, e do diretor da Fetiesc, Edinaldo Pedro Antônio.
Em suas falas, as autoridades ressaltaram a importância da comunicação sindical e da utilização das ferramentas digitais para levar informação correta e qualificada à base, formada pelos servidores públicos municipais. Também elogiaram a iniciativa da FETRAMESC e da Nova Central ao promoverem um debate considerado urgente e necessário, em um cenário marcado pela multiplicidade de canais e pela proliferação de fake news. O desafio, destacaram, é furar as bolhas digitais e garantir que a informação verdadeira chegue até os trabalhadores.
Primeiro painel: liberdade de expressão e democracia nas redes
O primeiro painel tratou do tema “Liberdade de Expressão no contexto das mídias sociais”, reunindo a advogada Albaneza Tonet, o dirigente sindical Jeferson Debus e o advogado Roselito Everaldo de Lins, com secretariado de Kátia Regina Cardoso.
Os debatedores analisaram os impactos da comunicação digital na democracia e os riscos da desinformação direcionada à atuação sindical. Houve também participação ativa de dirigentes sindicais presentes, que compartilharam experiências e enriqueceram a discussão. A tônica foi a defesa de uma comunicação responsável, ética e especializada, capaz de fortalecer o diálogo com a sociedade e combater as fake news que fragilizam o trabalho das entidades.
Segundo painel: mídia convencional e novas tecnologias
No segundo painel, sobre “Mídia Convencional e sua Adaptação às Novas Tecnologias de Informação”, participaram o jornalista Valdomiro da Motta e o doutor em Educação Científica e Tecnológica André Gobbo, sob secretariado de Ivana Aparecida Pereira.
Valdomiro destacou o papel dos veículos tradicionais no combate à desinformação e citou o exemplo do Sintricomb, que desde 2007 investe em assessoria de imprensa e soube se adaptar às novas mídias. Já André Gobbo trouxe dados sobre a concentração da mídia no Brasil, o uso massivo do WhatsApp pela extrema direita e a fragmentação da atenção do público. Reforçou que é fundamental contar com profissionais de comunicação preparados e que os sindicatos compreendam a comunicação como investimento, não como gasto.
O painel também ressaltou que, mesmo com novas tecnologias, o contato direto continua essencial: “sindicato é feito de gente para gente”. O equilíbrio entre o tradicional e o digital foi apontado como caminho para fortalecer a luta sindical.
Segundo dia: sindicalismo e novas mídias digitais
O segundo dia trouxe reflexões práticas sobre o uso das mídias digitais pelos sindicatos. A jornalista Carina Machado Leite, assessora de imprensa da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado de Santa Catarina (FETRAMESC), destacou que “a comunicação sindical exige adaptação, não existe fórmula pronta”, reforçando que cada entidade deve construir sua estratégia a partir da identidade e da realidade local. Ela também ressaltou a responsabilidade da informação sindical, que deve ser bem apurada, ética e responsável para não se perder na velocidade da era digital.
Na sequência, a estrategista de marketing digital Patrícia Rodrigues de Souza Ampese ressaltou a importância de conhecer a base e o público para construir uma comunicação eficaz, capaz de entregar informação de qualidade a quem realmente precisa recebê-la.
O consultor político Giuliano Salvarani trouxe sua visão sobre a comunicação política e sindical, alertando que ela precisa ser clara e conectada com a vida das pessoas, sob risco de perder relevância diante da avalanche de conteúdos que circula diariamente.
O diretor de Imprensa, Divulgação e Relações Públicas da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), Carlos Alessander “Carlão”, participou das discussões e estimulou as lideranças sindicais a se engajarem e investirem em comunicação.
“Não existe uma receita específica para a comunicação. É preciso assumir riscos e experimentos para descobrir a melhor fórmula para se comunicar nas redes. É importante ter coragem para começar e resiliência para persistir. A comunicação eficiente depende de regularidade e persistência. É preciso estimular a cultura de nos comunicarmos nas plataformas e redes sociais”, reforçou Carlão.
Avaliação e continuidade
Na avaliação final, o seminário foi considerado de alto nível por todos os participantes, com um conteúdo de máxima importância para o fortalecimento da atuação sindical. Foi ressaltado que novas edições do evento serão promovidas, ampliando ainda mais os debates sobre comunicação sindical.
O presidente da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado de Santa Catarina (FETRAMESC), Orlando Soares Filho, afirmou que este será lembrado como um marco para o sindicalismo catarinense, estimulando os dirigentes a investir em comunicação de qualidade para unir, conscientizar e mobilizar.
Fonte: Comunicar Jornalismo