Um terremoto de magnitude 8,8 atingiu a Península de Kamtchatka, no extremo leste da Rússia, provocando um tsunami com ondas que chegaram a 4 metros. O abalo sísmico foi sentido também no Japão e no Havaí, onde as autoridades emitiram alertas de risco para ondas destrutivas em diversas regiões banhadas pelo Oceano Pacífico.
A profundidade do tremor, de 19,3 km, é considerada rasa e favorece a formação de tsunamis. O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) confirmou que o epicentro foi localizado a 125 km de Petropavlovsk-Kamchatsky, cidade russa com cerca de 165 mil habitantes.

Ponto vermelho mostra local de tremor de magnitude 8,8, na costa leste da Rússia, em 29 de julho de 2025 — Foto: USGS
Deslocamentos e cancelamentos
Na Rússia, moradores começaram a ser evacuados em partes da região de Kamtchatka e em áreas como Severo-Kurilsk. Várias pessoas sofreram ferimentos leves, inclusive em um aeroporto regional, segundo a agência estatal Tass. O governador da região, Vladimir Solodov, confirmou danos materiais.
No Havaí, ondas chegaram durante a madrugada, provocando cancelamentos de voos em Maui e suspensão das atividades comerciais. O governo local determinou a evacuação de áreas costeiras, prevendo a chegada de “ondas de tsunami destrutivas”.
Japão sob risco e evacuação em Fukushima
A TV estatal japonesa NHK informou que o tsunami chegou ao norte do país, inicialmente com ondas abaixo de 1 metro. Mesmo assim, o governo do Japão manteve o alerta de ondas de até 3 metros e suspendeu serviços de trem em diversas regiões. Trabalhadores foram retirados da usina de Fukushima como medida preventiva.
A Agência Meteorológica do Japão estendeu o alerta para toda a costa leste do país e recomendou que a população se afaste das áreas próximas ao mar.

Mapa mostra alertas de tsunami no Oceano Pacífico, além de avisos para a costa leste da América do Norte — Foto: Sistema de Alerta de Tsunamis dos EUA
Alerta para a costa americana
Além do Pacífico Asiático, o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico (PTWC) emitiu avisos para quase toda a costa do continente americano. Estados Unidos, México, Chile e Equador estão sob observação, embora o risco nessas regiões seja considerado menor.
As autoridades norte-americanas alertaram para ondas superiores a 3 metros em partes do Havaí, da costa russa e japonesa, e monitoram possíveis impactos no Alasca.
Tremor histórico na região
De acordo com o Serviço Geofísico da Academia de Ciências da Rússia, este foi o terremoto mais intenso registrado na região de Kamtchatka desde 1952. A península está localizada no chamado Círculo de Fogo do Pacífico — zona de alta instabilidade geológica, propensa a tremores e atividade vulcânica.
A magnitude elevada do terremoto coloca o evento na faixa de grandes desastres naturais, com potencial de danos severos em áreas densamente povoadas.
Entenda a escala de magnitude
A escala de magnitude mais conhecida, a Richter, foi substituída por sistemas mais precisos. Segundo a universidade Michigan Tech, tremores com magnitude acima de 8,0 podem destruir comunidades inteiras próximas ao epicentro.
Embora um terremoto tenha uma única magnitude registrada, esse número pode ser revisado com o cruzamento de novos dados dos sismógrafos.