O programa Show de Bola da Rádio Araguaia recebeu nesta quarta-feira (2) o professor Dorimar, treinador do Paysandu de Brusque, que comandará novamente a equipe no Campeonato Catarinense de Futebol Feminino. A competição começa em julho e marca a segunda participação consecutiva do time, que já se destacou na última temporada com público recorde no estádio.
“Foi emocionante no ano passado. Tivemos quase duas mil pessoas na arquibancada, superando até a final entre Criciúma e Avaí. O futebol feminino foi muito bem acolhido e queremos repetir isso em 2025”, destacou Dorimar.
Preparação e calendário
O Paysandu estreia contra o Marcílio Dias no dia 19 ou 20 de julho, data ainda em negociação junto à Federação Catarinense. O desejo da equipe é jogar no domingo, para garantir maior presença do público.
A preparação vem ocorrendo de forma intensa, com treinos às terças e quintas em dois períodos, além de finais de semana. “Sábado pela manhã e domingo à tarde também abrimos horários para dar oportunidade às meninas que trabalham durante a semana”, explicou o técnico.
Os jogos do Paysandu acontecerão no próprio estádio do clube, Estádio Cônsul Carlos Renaux que recebeu vistoria recente da federação. “Ficou tudo liberado, com algumas observações, mas está apto para receber as partidas”, afirmou Dorimar.
Formato da competição
O Campeonato Catarinense Feminino terá dois grupos de quatro equipes. No grupo do Paysandu, estarão ainda Criciúma, Marcílio Dias e Jaraguá. Já o outro grupo reúne Guarani de São Miguel do Oeste, Avaí/Kindermann, Cometa de Itapiranga e Tunápolis.
As duas melhores colocadas de cada chave avançam para as semifinais, com jogos de ida e volta até a grande final.
Desafios e busca por apoio
Dorimar destacou as dificuldades para manter um projeto de futebol feminino no Brasil.
“Infelizmente ainda é um esporte visto como masculino. Mas estamos quebrando essas barreiras. As atletas do Paysandu já fazem parte do BID da CBF, o que abre portas para elas no futuro”, comentou.
A estrutura do campeonato conta com auxílio da Federação Catarinense em transporte, arbitragem, alimentação e hospedagem. Porém, outros custos, como ambulância e segurança nos jogos, ficam por conta do clube.
“É um desafio, porque já é difícil fazer futebol com dinheiro, imagina sem dinheiro. A Unifebe tem nos ajudado bastante, mas queremos que outras empresas também abracem o projeto. Temos 15 mil seguidores nas redes sociais do Paysandu, o que garante boa visibilidade para quem patrocinar”, reforçou Dorimar.
Visibilidade e transmissões
Um dos pontos defendidos pela comissão técnica é transmitir os jogos online, principalmente pelo YouTube, para valorizar as atletas e ampliar a repercussão.
“Um gol bonito pode viralizar e ajudar a menina a ser vista até fora do país. No JASC, tivemos um vídeo que viralizou porque um pai filmou de drone. Isso mostra a importância de registrar as partidas”, completou o treinador.
Como participar do projeto
O Paysandu abre espaço para meninas a partir dos 9 anos de idade participarem dos treinos de forma gratuita, sem custos de mensalidade. A única despesa é a compra do uniforme de treino.
“É só entrar em contato comigo no telefone 47 99742-6059. Passamos todas as orientações e horários. O projeto não tem limite de idade máxima”, convidou Dorimar.
Além da equipe principal, o treinador também atua em projetos sociais nos bairros, como no Cedrense, onde meninos e meninas a partir dos 5 anos podem iniciar no futebol. O trabalho já rendeu frutos importantes, com atletas monitorados por grandes clubes e até convites para jogar fora de Santa Catarina.
“Temos meninas com muito potencial. Uma delas jogou na Chapecoense, outra foi para Joinville. Também temos um menino que saiu daqui e está no Grêmio. Então vale a pena acreditar”, afirmou Dorimar, com orgulho.
O Paysandu feminino segue treinando forte e espera contar novamente com a torcida para lotar o estádio em mais uma campanha no Catarinense.
