A tradição falou mais alto e nem o calor intenso superando os 35°C, nem o temporal que caiu durante a tarde, foram capazes de diminuir a emoção. Nesta quarta-feira, 24 de dezembro, a Sociedade do Pelznickel saiu às ruas de Guabiruba para realizar o tradicional desfile da véspera de Natal.
Saindo do Parque Municipal Vereador Érico Vicentini, o cortejo manteve o percurso que há cerca de duas décadas faz parte da história da Sociedade. O trajeto passou pelos bairros Alsácia, São Pedro, Lorena e Holstein, retornando pela rua São Pedro e seguindo até a região do portal da cidade.
Ao longo do caminho, diversas famílias aguardavam nas calçadas, cercados e ruas a passagem do Papai Noel, das Christkindls, de São Nicolau e, claro, dos Pelznickels, personagens que unem encanto, sustos e tradição. Balas, doces e carinho marcaram cada parada, reforçando o espírito comunitário que move o grupo.
Para o vice-presidente da Sociedade do Pelznickel, Jocimar Fischer, encerrar a programação no dia 24 tem um significado especial que vai além do calendário. Ele destaca que cada evento realizado ao longo da temporada tem sua importância, mas que o desfile da véspera de Natal carrega um simbolismo único.
“Cada evento tem o seu momento especial. Quando encerramos a Pelznickelplatz, ficamos felizes porque deu tudo certo e já empolgados com o que está por vir, como o desfile do dia 23 do Presépio Vivo. Mas o dia 24 é o que marca todo mundo que faz parte da Sociedade e também as pessoas que acompanham o nosso trabalho há muitos anos. Se não tem um Pelznickel na rua no dia 24, não é Natal”, afirmou.
Segundo Jocimar, cerca de 25 voluntários estiveram envolvidos diretamente no desfile deste ano, desempenhando diferentes funções para garantir que tudo acontecesse com segurança e organização. “Temos pessoas no carro de som, Pelznickels, Papai Noel, Christkindls e também voluntários auxiliando na distribuição de doces e no bem-estar de todos durante o percurso”, completou.
Pelznickel há uma década
Entre os personagens que ajudaram a espalhar a magia natalina estava o jovem voluntário Guilherme Böll, que há uma década faz parte da Sociedade do Pelznickel. Atualmente com 23 anos, ele relembra que começou muito cedo, aos 13, e que a paixão pela tradição só aumentou com o passar dos anos.
“Para mim é algo muito bom, eu fico muito feliz, porque a gente consegue fazer o Natal das pessoas um pouco mais feliz. Trazer essa magia do Natal, que a gente sabe que em muitos lugares já não existe mais”, contou.
Mesmo enfrentando o calor e o cansaço físico, Guilherme afirma que nada se compara à recompensa emocional proporcionada pelo contato com o público. “Apesar do calor, do cansaço, nada apaga o prazer de ver o sorriso de uma criança, o sorriso de uma família no dia de hoje. Não tem preço que pague estar aqui”, destacou.
A relação de Guilherme com o Pelznickel começou ainda na infância, muito antes de integrar oficialmente a Sociedade. Ele conta que sempre gostou de se fantasiar e criar personagens, até que recebeu o convite que mudaria sua história.
“Cheguei através do meu primo. Na época, eles estavam em falta de Pelznickel, e eu sempre me vestia desde muito pequeno, com máscara, folha na roupa. Ele sabia desse meu amor, dessa minha paixão, e quando surgiu a vaga me convidou. Dali em diante eu me apaixonei cada vez mais. A namorada, a família, todo mundo se envolveu, e hoje a família é viciada no Pelznickel”, relatou.
Mais do que um desfile, a passagem do Pelznickel pelas ruas de Guabiruba na véspera de Natal reafirma o compromisso da Sociedade em preservar a tradição que atravessa gerações, fortalece laços e mantém viva a magia do Natal.
