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Você provavelmente não sabia que essas invenções eram brasileiras; confira a lista

De quem foi a ideia? conheça as mentes por trás das invenções brasileiras mais úteis

Fonte: Divulgação

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Muita coisa que a gente usa todos os dias nasceu no Brasil.
Nem sempre os inventores ficaram famosos, mas as criações atravessaram décadas, influenciaram indústrias e facilitaram a vida.

A seguir, histórias curtas de cinco inventos “da casa”: a primeira geladeira fabricada no país, o chuveiro elétrico automático, o voto eletrônico pioneiro, o orelhão e o filtro de barro.

A geladeira que saiu de uma fábrica de anzóis

Nos anos 1940, em Brusque (SC), o inquieto Rudolf Stutzer administrava a Fábrica de Anzóis Consul.
Lá, entre garfos, facas e uma pequena fábrica de gelo, ele encarou um desafio: construir uma geladeira a partir do que viu em um modelo americano a querosene.

Com chapas dobradas à mão, cálculo do cunhado Oscar Bachmann e muito teste, nasceu a primeira geladeira produzida no Brasil.
A notícia correu e atraiu o empresário Wittich Freitag, de Joinville (SC). A parceria levou a marca Consul para a nova fábrica, onde as primeiras unidades saíam quase artesanais — duas por semana.

O inventor que não parava

Stutzer registrou a inauguração de Brasília em fotos e filmes, montou excursões Brasil afora e criou o espetáculo Águas Dançantes — um balé de luz e chafarizes que encantou plateias nos anos 1960 e 1970.
Anos depois, já na Tigre, virou solução para problemas industriais, sempre com o espírito “Professor Pardal”.

Mesmo doente, trabalhou até o fim da vida.
Morreu em 17 de janeiro de 1984, deixando uma coleção de ideias e histórias que conectam criatividade e utilidade.

Foto: Acervo Dolores Heinzelmann

Chuveiro elétrico: calor que veio da necessidade

Na Jaú (SP) dos anos 1930, o jovem inventor Francisco Canhos queria ajudar o pai, com reumatismo, que precisava de banhos quentes diários.
Sem aquecedor central, ele desmontou um ferro elétrico, estudou a resistência e adaptou o princípio para dentro de um cano.

O primeiro modelo exigia acionar manualmente.
O salto veio com a automação: um diafragma detectava a vazão da água e ligava o circuito sozinho. A fábrica F. Canhos difundiu o produto pelo país e, com o tempo, o desenho inspirou toda a indústria de chuveiros.

Por que pegou no Brasil?

Cultura do banho frequente, clima quente e solução descentralizada e barata: aquece apenas a água que você usa.
Instalado corretamente e aterrado, é seguro — embora modelos com resistência exposta não sejam permitidos em parte da Europa.

Uso seguro em 5 lembretes

  • chame profissional para instalar e fazer manutenção.
  • respeite o aterramento (fio terra).
  • garanta pressão mínima de água indicada pelo fabricante.
  • após trocar a resistência, deixe a água correr fria antes de ligar.
  • evite banho durante tempestades com raios.

Foto: Reprodução

O voto eletrônico nasceu em Brusque

Em 15 de novembro de 1989, a 90ª seção de Brusque (SC) testou a votação por computador.
Foram 373 eleitores, com apuração na hora — um feito que virou notícia nacional e rendeu a cidade o título de “berço do voto eletrônico”.

A ideia vinha sendo perseguida pelo juiz eleitoral Carlos Prudêncio desde os anos 1980.
Com apoio local, o programador Itamar Mosimann e a equipe da Ceprodahe — onde o jovem Juliano Benvenutti ajudou a programar — colocaram o projeto de pé.

Do piloto ao Brasil inteiro

Em 1990, houve novas demonstrações com a presença do TSE.
A urna com o formato atual começou em 1996 nas capitais e grandes cidades e, em 2000, chegou a 100% do eleitorado.

Foto: Duda Cavichiolli

Orelhão: design urbano com sotaque brasileiro

Em 1972, a arquiteta e designer Chu Ming Silveira, chefe de projetos na Companhia Telefônica Brasileira, apresentou um protetor para telefones públicos com forma inspirada no ovo.
Leve, resistente e com boa acústica, a peça em fibra de vidro cabia na calçada e protegia das intempéries.

O “telefone-capacete” ganhou o apelido popular de orelhão e espalhou-se por Rio e São Paulo — depois pelo Brasil e por países da América Latina, África e Ásia.
Antes do celular, era o ponto de ligação com o mundo e um ícone do design nacional.

Foto: https://www.orelhao.arq.br/

Filtro de barro: simples, eficiente e brasileiro

No início do século XX, em São Paulo, fabricantes uniram velas filtrantes europeias à cerâmica de argila local.
Nasceu o filtro de barro — também chamado filtro São João —, que levou água limpa para dentro de casa e ajudou a combater doenças ligadas ao consumo de água contaminada.

O sistema é de gravidade: a água percola pelas velas porosas, com carvão ativado e prata coloidal, retendo partículas e bactérias.
De quebra, a cerâmica “sua” e resfria o conteúdo, mantendo a água naturalmente fresca.

Uso inteligente

  • higienize as velas com frequência e troque quando amarelar.
  • use água potável de rede ou fonte segura; filtro não remove vírus nem substitui saneamento.
  • posicione longe de calor e sol direto para preservar o frescor.

Propaganda da Cerâmica Lamparelli, com foto do Filtro São João. Fonte: Diário de Jaboticabal (1938).

O que essas histórias ensinam

Cada invenção nasceu de um problema real: conservar alimentos, dar banho quente, apurar eleições rápido, telefonar na rua, beber água segura.
A solução brasileira costuma combinar engenho, baixo custo e acesso amplo.

Quando a criatividade encontra necessidade, o resultado vira cotidiano — às vezes, sem que a gente saiba que foi feito aqui.

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