Nos dias 12 e 13 de agosto, o auditório da Uniasselvi sediou a 15ª Conferência Municipal de Assistência Social de Brusque. O evento, que contou com a presença de representantes do poder público, trabalhadores do setor, usuários e entidades sociais, foi marcado por intensos debates sobre o futuro da política de assistência social na cidade, no estado e no país.
As conferências municipais de assistência social são espaços democráticos fundamentais para avaliar as políticas públicas vigentes, propor melhorias e garantir a participação da sociedade na construção de um sistema mais justo e eficiente. Ao longo dos dois dias, foram discutidos cinco eixos temáticos que nortearam a formulação de propostas a serem levadas à conferência estadual, e posteriormente à nacional, prevista para o final do ano.
O primeiro eixo tratou da universalização do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), destacando a necessidade de acesso integral com equidade e respeito às diversidades. O debate trouxe à tona a urgência de expandir a rede socioassistencial para comunidades invisibilizadas — como indígenas, quilombolas, ribeirinhos e moradores de periferias urbanas e rurais — com serviços adaptados às realidades locais.
Já o Eixo 2 abordou o fortalecimento da gestão e valorização dos trabalhadores, ressaltando problemas como equipes reduzidas, falta de concursos e infraestrutura inadequada. A proposta é profissionalizar ainda mais o SUAS, com investimentos em formação continuada, tecnologia e condições dignas de trabalho.
O Eixo 3 trouxe à discussão a integração dos serviços e benefícios socioassistenciais, com foco em respostas completas às múltiplas necessidades das famílias atendidas. A proposta é articular programas como o Bolsa Família, BPC e serviços do CRAS e CREAS de forma mais eficaz e integrada.
A gestão democrática e a comunicação transparente foram os temas centrais do Eixo 4, que defendeu a ampliação dos espaços de escuta, participação dos usuários e decisões coletivas na aplicação dos recursos públicos e no funcionamento dos serviços.
Por fim, o Eixo 5 tratou da sustentabilidade financeira do SUAS, destacando a importância do cofinanciamento entre União, Estados e Municípios, além de defender propostas como a retomada de repasses automáticos e a vinculação de recursos mínimos na Constituição, nos moldes do que já ocorre na saúde e educação.
A presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Marizete Iaczinski, enfatizou o papel estratégico da conferência. “É um momento de trazer a população para discutir as situações municipais e apresentar propostas para o Executivo. E, nesses próximos dois anos, o papel do Conselho, da sociedade, dos usuários é muito importante: acompanhar, cobrar, verificar o porquê que não está sendo executado. São propostas pensando nessa população, em todos os segmentos”.
O evento fez parte da programação de aniversário de 165 anos de Brusque.
Fonte: Secom/Prefeitura de Brusque