Uma reunião realizada na Câmara de Vereadores nesta terça-feira (2) destacou o papel decisivo das câmeras de monitoramento no reforço à segurança pública de Brusque. O encontro foi promovido pela CDL Brusque e pelo Sindilojas, reunindo lideranças empresariais, forças de segurança e autoridades municipais.
Atualmente, a cidade conta com aproximadamente 80 câmeras instaladas em Brusque, Guabiruba e Botuverá, parte de um projeto iniciado há mais de 15 anos e que ganhou força com o apoio direto da iniciativa privada.

Menor taxa de homicídios entre cidades com mais de 100 mil habitantes
O destaque nacional dado a Brusque como cidade com menor percentual de homicídios do Brasil, considerando municípios com mais de 100 mil habitantes, foi um dos principais motivos para a celebração. A pesquisa tem como base os dados de 2024.
Segundo os representantes das entidades, esse resultado não é fruto do acaso. A tecnologia de videomonitoramento, implantada de forma pioneira com o apoio da CDL e do Sindilojas, tem desempenhado um papel importante na prevenção, investigação e resolução de crimes.

Empresariado engajado desde o início do projeto
Para o presidente do Sindilojas, Marcelo Gevaerd, o envolvimento da classe empresarial sempre foi feito de forma discreta, mas essencial:
“Nós sabíamos que não era para fazer propaganda, o importante era resolver os problemas. Muitos casos foram solucionados graças às câmeras OCR. Os empresários fazem questão de ajudar porque veem resultado”, afirmou.
Ele também destacou que, mesmo diante de críticas nas redes sociais, os dados demonstram que a segurança em Brusque é resultado de planejamento, união e investimento contínuo.
Tecnologia como aliada da segurança pública
O comandante do 18º BPM, tenente-coronel Pedro Machado, defendeu o uso de tecnologia como um passo necessário para acompanhar a evolução social e combater a criminalidade de forma eficaz:
“A parceria com o empresariado fortalece a segurança pública. O sistema de OCR trouxe grandes avanços e o próximo passo é investir em câmeras com reconhecimento facial”, pontuou.
Segundo ele, a integração entre Polícia Militar, Polícia Civil e setor privado tem sido fundamental para gerar não apenas segurança, mas também desenvolvimento econômico e social.
Delegado destaca união de forças
O delegado regional Fernando de Faveri reforçou que os bons resultados são fruto de uma ação conjunta, e não de um único setor:
“Não existe o mérito de um só. É a união entre órgãos públicos, forças policiais, imprensa e sociedade civil. Quando os resultados são bons, como agora, devem ser celebrados. E quando forem ruins, também devem ser cobrados. Isso é transparência”, afirmou.
Para ele, a transformação digital impulsionada pela pandemia também exige que os órgãos de segurança pública se adaptem às novas demandas de investigação e atendimento.

Projeto começou em 2008 com apoio da CDL
O ex-presidente da CDL, Beto Staack, lembrou que a “semente” do projeto foi plantada entre 2007 e 2008:
“Com muito esforço, começamos com cerca de 10 câmeras analógicas. Na época, era tudo mais caro e difícil. Hoje vemos que aquele investimento valeu a pena”, comentou.
Outro ex-presidente, Fabricio Zen, destacou que o grande salto do projeto ocorreu em 2018, com a implantação do sistema OCR (leitura de placas):
“Foi um trabalho de formiguinha, com reuniões em Florianópolis, ajustes técnicos e muito diálogo. Mas a participação da classe empresarial foi decisiva para viabilizar o projeto”, ressaltou.
Ele também reforçou a importância do associativismo, que permitiu manter e expandir o sistema até hoje.
Próximo passo: câmeras com reconhecimento facial
As entidades agora defendem a implantação de câmeras com tecnologia de reconhecimento facial, um avanço que pode ampliar ainda mais a capacidade de resposta das forças de segurança.
“A CDL é uma fomentadora da segurança pública. E esse trabalho não para aqui. Vamos continuar evoluindo”, finalizou Fabricio Zen.















