O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), manifestou-se publicamente contra a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidida nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em declaração, o governador apontou supostas inconsistências no julgamento e defendeu a união da direita em torno de um pedido de anistia.
Jorginho citou o voto do ministro Luiz Fux para questionar a acusação. Segundo ele, a decisão teria criminalizado a tentativa de depor um governo que, na época, era chefiado pelo próprio Bolsonaro.
“Dá uma olhada nesse voto do ministro Fux: ‘Existe, ao criminalizar a tentativa violenta de depor o governo, pressupõe a prática de conduta tentante a remover o mandatário do cargo ocupado. E era ele o mandatário do cargo ocupado? O Bolsonaro foi condenado por uma suposta tentativa de depor o governo, que era ele mesmo, um auto-golpe’. Essa é só uma das inúmeras inconsistências apontadas pelo ministro Fux”, afirmou o governador.
Jorginho também classificou o processo como marcado por “cerceamento de defesa” e disse que o Brasil viveu um episódio inédito.
“O fato é que o Brasil condenou pela primeira vez na sua história um presidente que não roubou. É isso. Não teve corrupção, não teve mensalão, triplex, sequer foi mencionado qualquer desvio de dinheiro”, disse.
Para Jorginho, a decisão retira a liberdade de uma liderança política que, segundo ele, representa metade dos brasileiros. “Uma liderança política que representa pelo menos metade dos brasileiros não tem liberdade para sair de casa, para falar, para acessar [as redes sociais]. É urgente que o Congresso vote pela anistia, que a direita se una e que possamos recuperar os rumos do nosso país. O brasileiro quer paz e quer ser respeitado”, concluiu.