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Lula sanciona lei que proíbe linguagem neutra em órgãos públicos

Texto foi sancionado com um único veto e já está em vigor em todo o território nacional

Fonte: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou uma nova lei que proíbe o uso da linguagem neutra em órgãos públicos. A medida, aprovada pelo Congresso Nacional, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na última segunda-feira (17) e já está em vigor.

A proibição vale para todas as esferas da administração pública — União, Estados e municípios — e integra a legislação que institui a linguagem simples como padrão de comunicação em serviços públicos.

Foco na linguagem clara e acessível

Segundo o texto sancionado, a linguagem usada por órgãos públicos deve seguir a norma culta da língua portuguesa, conforme estabelecido pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) e o Acordo Ortográfico vigente desde 2008.

O objetivo da medida é tornar a comunicação mais clara, direta e acessível, garantindo que qualquer cidadão possa entender, utilizar e acessar informações públicas sem dificuldades ou necessidade de intermediários.

Princípios que os órgãos devem seguir

Com a nova lei, a comunicação institucional deve adotar:

  • Frases curtas e em ordem direta
  • Vocabulário comum e de fácil compreensão
  • Evitar jargões, termos técnicos e palavras estrangeiras pouco usuais
  • Explicitar siglas somente após escrever o nome completo
  • Organização por listas, tabelas ou esquemas, quando possível
  • Evitar expressões imprecisas, redundantes ou pejorativas
  • Priorizar a voz ativa na redação
  • Usar linguagem acessível a pessoas com deficiência, conforme o Estatuto da Pessoa com Deficiência
  • Não utilizar novas formas de flexão de gênero e número, como pronomes e palavras em linguagem neutra (ex: todes, amigues, elu)

O que foi vetado pelo presidente

Lula vetou apenas um dispositivo do texto aprovado pelo Congresso. O trecho previa que cada órgão público nomeasse um servidor responsável pela adaptação da linguagem para o modelo simples.

Segundo a justificativa do Palácio do Planalto, essa obrigação seria inconstitucional, já que somente o Poder Executivo pode propor leis sobre organização administrativa interna.

O que é linguagem neutra?

A linguagem neutra é uma forma de comunicação que busca incluir pessoas não binárias ou que não se identificam exclusivamente como homem ou mulher.

A proposta inclui o uso de pronomes e sufixos neutros, como:

  • “Todes” em vez de “todos” ou “todas”
  • “Amigues” em vez de “amigos” ou “amigas”
  • Pronomes como “elu” em vez de “ele” ou “ela”

Há também variações com o uso de @, x ou e, como em “tod@s” ou “todxs”, embora esses formatos sejam considerados de leitura difícil e pouco inclusivos para pessoas com deficiência visual ou que usam leitores de tela.

Controvérsias e debates em torno do tema

Apesar de defendida por parte da comunidade LGBTQIA+, a linguagem neutra é alvo de críticas de especialistas em educação, linguistas e políticos.

Os principais argumentos contrários são:

  • Dificuldade de compreensão por parte da população
  • Ausência de padronização gramatical
  • Descompasso com as regras da língua portuguesa oficial

O tema já chegou ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), com projetos de lei e ações judiciais sobre o uso da linguagem neutra em escolas, concursos públicos e documentos oficiais.

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