Atendendo a um convite da Câmara Municipal de Brusque, o secretário municipal de Saúde, Ricardo Freitas, participou nesta terça-feira, 16, da sessão ordinária da casa legislativa, oportunidade em que falou sobre a repercussão, nas redes sociais e no plenário da Câmara, da entrevista que concedeu ao Portal Olhar do Vale e que foi publicada sob o título “Déficit de R$ 20 milhões trava Saúde em Brusque”. O gestor também respondeu a perguntas de vereadores.
“Orçamento é uma coisa, financeiro é outra. É claro e evidente que eu vou dizer que o orçamento de 2026 para a Saúde [previsto em R$ 295,1 milhões] não vai suprir a demanda, não vai dar, mas isso não é problema e cabe à gestão da secretaria fazer o ‘excesso’ de arrecadação, que vem com verbas da União e verbas do Estado, não são só recursos próprios. Como as verbas da União e do Estado entram no Fundo Municipal de Saúde e são repassadas para os prestadores, a maioria hospitais, elas acabam consumindo o orçamento, mas não consomem o financeiro”, argumentou o secretário.
“O hospital Azambuja e o IMAS [hospital Imigrantes], por exemplo, foram contemplados com a oncologia. Vai ser meio a meio. Só que o recurso financeiro deve começar a chegar em fevereiro ou março. Esse é um recurso novo, que não foi previsto e irá entrar nos cofres da secretaria. Então, vai consumir certamente o orçamento e – como eu falei para o Anderson [Vieira, jornalista], na reportagem – a gente vai ter um descompasso entre o financeiro e o orçamentário”, salientou. “Vida que segue e, como diz o povo, ‘nós que lutemo’. Faz parte do processo e não existe o mundo ideal”.
Freitas disse aos parlamentares que irá “lutar até o fim para conseguir dar atendimento para a Saúde de Brusque” e pontuou: “Fiquem tranquilos. Não vai ter colapso financeiro, mas eu não posso ser inocente em sair gastando dinheiro agora. […] Não vai ficar nada parado, é só uma questão de alinhar contratos [como o do Azambuja] que estão finalizando agora”.
Outros assuntos
A partir dos questionamentos dirigidos pelos vereadores, o convidado pôde abordar ainda assuntos como os investimentos nos serviços de pronto atendimento (PA); o atendimento a pessoas com o transtorno do espectro autista (TEA); um mutirão de exames laboratoriais previsto para o fim do ano; reformas e ampliações estruturais de unidades básicas de saúde (UBSs); o apoio do Legislativo na busca de recursos para a área, via emendas destinadas por deputados estaduais e federais; dentre outros.
O requerimento que propôs o pronunciamento do secretário em sessão ordinária foi assinado por Paulinho Sestrem (PL), Joubert Lungen (Podemos) e Antonio Roberto Silva (PRD), tendo sido aprovado na plenária do dia 9 de setembro.
Assista à participação de Ricardo Freitas na sessão ordinária na íntegra: https://youtu.be/sheI4HQ4P5M