Apesar de estar eliminada do Brasil desde 1994, a poliomielite ainda representa uma ameaça real à saúde pública. A queda nas coberturas vacinais nos últimos anos acendeu um alerta em todo o país, inclusive em Santa Catarina. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) segue atenta e reforça a necessidade de ampliar as estratégias de prevenção à doença, com foco na vacinação infantil.
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus que pode provocar paralisias permanentes e até a morte. Pode infectar crianças e adultos por via fecal-oral, ou seja, através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas.
Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), a cobertura vacinal ideal para garantir a proteção coletiva é de, no mínimo, 95% das crianças menores de cinco anos. No entanto, muitos municípios têm registrado índices abaixo dessa meta, o que pode abrir espaço para a reintrodução do vírus no país. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o Brasil como país de risco para a reintrodução da poliomielite, o que reforça a urgência de ampliar o alcance da vacinação.
“Por não ter casos de paralisia infantil no estado há mais de 30 anos, a realidade causou uma falsa sensação de segurança. As pessoas passaram a acreditar que a doença não pode voltar. É preciso retornar com as coberturas para que nem a pólio e nem outras doenças imunopreveníveis voltem a ser uma ameaça em nosso país. A imunização ainda é a única forma eficiente de prevenir a poliomielite. Estamos trabalhado em conjunto com os municípios, para voltar a alcançar altos índices de vacinação, justamente para evitar o retorno da doença.”, destaca a gerente de Doenças Infecciosas Agudas e Imunização da DIVE, Arieli Schiessl Fialho.
A vacinação contra a pólio é um esforço conjunto do governo para proteger as crianças e manter o país livre da doença. É fundamental que pais e responsáveis levem seus filhos aos postos de saúde, mesmo que estejam com as doses em atraso — a atualização da caderneta é uma ação essencial para recuperar as coberturas e impedir surtos.
Quando se vacinar
Recentemente, o Ministério da Saúde alterou o calendário de vacinação da doença, deixando de usar a vacina oral e adotando apenas o uso da vacina injetável. A vacina contra a poliomielite é indicada para todas as crianças menores de cinco anos no esquema de três doses, mais uma dose de reforço:
- 1ª dose: 2 meses com a vacina injetável (VIP)
- 2ª dose: 4 meses com a vacina injetável (VIP)
- 3ª dose: 6 meses com a vacina injetável (VIP)
- Reforço: 1 ano e 3 meses com a vacina injetável (VIP)
Números em SC
Os dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) sobre a cobertura vacinal contra a doença indicam que a meta de vacinação, com 95,23%, foi alcançada pela última vez em 2017. Mas com o passar dos anos ocorreu uma queda gradativa nos números. Para se ter uma ideia, em 2022 foi de 86,33%, em 2023, com uma leve recuperação, mas ainda abaixo do recomendado com 91,81%. Já em 2024 atingimos 92,37% e a cobertura acumulada até maio/2025 foi de, 87,99%.
Fonte: Secom/Governo de SC