O Centro de Educação Infantil (CEI) Bisa Olga Fischer, localizado no bairro Limoeiro, em Brusque, se tornou alvo de uma grave denúncia pública. Um vídeo publicado nesta terça-feira (29) pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Brusque e região (SINSEB) trouxe à tona acusações de assédio moral, abuso de poder e perseguição dentro da unidade escolar.
No vídeo, a presidente do SINSEB, Tânia Mara Vieira Pompermayer, aparece visivelmente indignada com a situação e afirma que “não tem mais como se calar” diante do que estaria acontecendo no local.
“Como na época da escravidão”, diz presidente do sindicato
Tânia relata que diversos funcionários do CEI — entre eles professores, monitores, serventes e merendeiras — estariam sendo constantemente pressionados e desrespeitados pela direção da creche.
Segundo a sindicalista, a diretora da unidade agiria de forma autoritária e centralizadora. “Essa diretora se acha a dona da escola, as leis são ditadas por ela”, afirmou no vídeo. Ela ainda ressaltou que já foram feitas denúncias formais à Secretaria de Educação, mas sem retorno. “A secretária senta em cima das denúncias e não faz nada. Em que tempo nós estamos?”, questionou.
Secretaria foi alertada anteriormente, diz SINSEB
De acordo com o SINSEB, esta não é a primeira vez que a situação é levada ao conhecimento da gestão municipal. “Já mandamos ofício, conversamos com a secretária sobre esse assunto e nada foi feito. Lá continua tudo a mesma coisa”, declarou Tânia. O sindicato afirma que, se a Prefeitura não agir, tomará as devidas providências legais.
Até o momento da publicação desta matéria, a Secretaria Municipal de Educação de Brusque não se pronunciou sobre o caso. A reportagem mantém espaço aberto para posicionamento da pasta e da direção da unidade escolar.
Clima de tensão no ambiente escolar
Embora o vídeo destaque falas contundentes sobre o ambiente de trabalho no CEI Bisa Olga Fischer, ainda não houve manifestações públicas de outros servidores ou responsáveis por alunos. A ausência de respostas por parte da gestão educacional tem intensificado a cobrança por soluções.
O sindicato afirma que continuará acompanhando o caso e que está à disposição dos servidores que se sintam prejudicados ou intimidados a formalizar novas denúncias.
Resposta da Secretaria de Educação
Procurada pela reportagem, a secretária municipal de Educação, Franciele Mayer, respondeu oficialmente às acusações. Ela disse que trata com seriedade qualquer manifestação sobre o ambiente escolar, inclusive denúncias de assédio moral.
Franciele explicou que o CEI Bisa Olga Fischer possui 74 servidores e atende em dois turnos. Para ela, é natural que existam desafios no relacionamento interpessoal em uma rede que possui quase 3 mil servidores.
Ela destacou que as atribuições de diretores escolares envolvem mediação de conflitos e organização de rotinas, e que isso pode gerar interpretações equivocadas de abuso de poder.
Avaliação contradiz denúncias
A secretária apresentou ainda dados de uma Avaliação Institucional realizada no fim de 2024. Segundo o levantamento, 92% dos servidores participaram e mais de 89% afirmaram que a diretora promove respeito, confiança e colaboração.
Franciele também rebateu a crítica de omissão: “Sempre que uma denúncia chega, a equipe da Secretaria atua com visitas, escuta e acompanhamento técnico”. Ela reforçou que medidas mais severas, como sindicâncias ou processos administrativos, só são adotadas após esgotadas as etapas de orientação e diálogo.
Clima de divisão preocupa gestão
A secretária lamentou o que classificou como tentativa de criar divisões entre diretores e demais servidores. Para ela, o conflito não contribui para a melhoria do ambiente escolar.
Ela concluiu reiterando o compromisso com a valorização dos profissionais da educação e a legalidade na condução das ações da Secretaria.