Mesmo representando apenas 20% da frota de veículos de Santa Catarina, as motocicletas estão envolvidas em 38% das mortes no trânsito em 2025. De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), mais de 19.400 acidentes com motos foram registrados no Estado só neste ano, resultando em 321 vidas perdidas.
Imprudência e fragilidade: combinação fatal
A Semana Nacional de Prevenção a Acidentes com Motociclistas reacende a discussão sobre os perigos enfrentados por quem escolhe a moto como meio de transporte. O chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Catarina, Adriano Fiamoncini, foi direto:
“A motocicleta é um dos piores veículos já inventados na história da humanidade. O motociclista e o passageiro estão completamente expostos. Mesmo quando a culpa do acidente é do outro, quem se machuca é sempre o motociclista.”
Equipamentos negligenciados
Segundo o Detran, somente neste ano, mais de 23 mil motociclistas foram autuados por usar capacetes fora do padrão exigido por lei. Outros 17 mil foram flagrados com calçados inadequados, que comprometem a segurança ao pilotar.
Fiamoncini destaca que o uso correto dos equipamentos é crucial para a sobrevivência:
“Além do capacete, são necessárias roupas adequadas e calçados fechados. Mas o que a gente vê são manobras perigosas, zigue-zague entre veículos, sinais vermelhos sendo ignorados.”
O corredor e o risco de atropelamento
Outro ponto de alerta é o uso do corredor entre carros. Para o policial, essa prática deve ser adotada apenas quando o trânsito estiver parado ou muito lento:
“As mortes ocorrem não só pela queda, mas porque o motociclista é atropelado por veículos que seguem normalmente na faixa. Em velocidade, o corredor se torna uma armadilha.”
Estatísticas que preocupam
Ao todo, o Detran já contabiliza 294 mil infrações cometidas por motociclistas em Santa Catarina em 2025. A maioria dos acidentes graves é registrada em rodovias de grande fluxo, como a BR-101 na Grande Florianópolis.
Especialistas reforçam que a educação no trânsito é o caminho mais eficaz para reverter esse cenário. A Semana Nacional de Prevenção quer justamente ampliar esse debate e mudar comportamentos antes que novas tragédias aconteçam.















