O episódio da idosa localizada morta no apartamento que dividia com sua filha, em avançado estado de decomposição, gerou surpresa entre os vizinhos. A filha havia informado que a mãe tinha falecido e sido enterrada. Segundo a investigação policial, o corpo de Maria Auxiliadora de Andrade Santos estava em decomposição por aproximadamente seis meses. Entretanto, vizinhos e comerciantes relataram que, três meses antes, a filha afirmou que Maria já havia morrido e sido sepultada.
“De uns tempos para cá, ela sumiu. Outra senhora, que ia com ela ao culto toda semana, foi a primeira a perguntar, e a filha disse que ela estava com uns problemas de saúde. Sempre enrolava dizendo que não podíamos visitá-la”, disse um comerciante local à reportagem d’O Globo.
Apesar do tempo em que o corpo ficou em decomposição, os vizinhos não relataram sentir nenhum odor ou cheiro diferente vindo do apartamento localizado no bairro Vila da Penha, em São Paulo.
“A única coisa que a gente percebeu é que o apartamento passou sempre a estar fechado, mas o cheiro ruim não tinha. […] Ela [a filha] era farmacêutica. Pelo que vimos e soubemos nos comentários aqui da rua no sábado, ela estaria manipulando remédios e formol para manter o corpo com menos cheiro”, afirmou um dos vizinhos do apartamento.
Neta estava impedida de fazer visitas
Segundo moradores da região, a filha de dona Maria era muito ligada à mãe e estaria apresentando um comportamento estranho há alguns meses. Uma vizinha relatou a suspeita de o caso estar ligado a problemas psicológicos e disse ter escutado gritos da mulher.
Relembre o caso da idosa encontrada em estado de decomposição
Segundo os moradores, a neta de Maria Auxiliadora teria chamado o Samu. Quando os médicos chegaram, encontraram a filha da idosa deitada no sofá e sentiram um cheiro forte. Ela teria tentado desconversar e dispersar os médicos. Um deles insistiu e arrombou a porta do quarto, descobrindo o cadáver. O corpo foi levado ao IML (Instituto Médico Legal).
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. As causas e circunstâncias da morte continuam sendo apuradas. A filha prestou depoimento e foi liberada.