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Saúde pública: vereadores opinam sobre a qualidade da gestão da área no governo Vechi

Discussão teve como foco a organização do atendimento em UBSs ampliadas; diversos parlamentares se revezaram na tribuna

Fonte: Aline Bortoluzzi/Câmara Municipal de Brusque

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O foco do debate entre os vereadores de Brusque durante a sessão do Legislativo realizada nesta terça-feira, 11 de junho, esteve na qualidade da gestão da Saúde Pública na cidade. Diversos parlamentares se revezaram na tribuna para discutir o assunto, levantado inicialmente por Marlina Oliveira (PT).

A vereadora observou que há unidades básicas de saúde (UBSs), como as dos bairros Rio Branco, Guarani, Dom Joaquim e outras, que, mesmo após a ampliação das equipes da atenção primária e dos horários de atendimento, continuam a administrar o agendamento de consultas tomando por base a rua onde o paciente reside: dependendo da localidade, ele só pode ser atendido pela manhã ou só à tarde. A situação estaria motivando reclamações por parte da comunidade. 

“O que eu esperava é que se o trabalhador chegasse às 7 horas da manhã [na UBS], independentemente de onde mora, ele fosse atendido. Tem gente que chega às 7 horas e não consegue ser atendida, tem que marcar para voltar outro dia. Eu imaginei que iríamos ter uma melhora no atendimento. Tem unidades que as pessoas não conseguem ter o atendimento das 7 às 19 horas. Tem recurso, tem financiamento, tem pessoal, tem mudança no horário do servidor público, mas não tem gestão. A gente precisa rever isso. Não é pontual”, defendeu a parlamentar.  

Jean Pirola (PP) lembrou que o Decreto no 9831/2024, do prefeito André Vechi (PL), proíbe práticas como os atendimentos ‘por ruas’ nas UBSs que passaram por ampliação e sugeriu que a população denuncie às ouvidorias da Prefeitura e da Câmara servidores que contrariarem a decisão. “Concordo plenamente, o trabalhador não tem que ter horário para ser atendido, ele deve ser atendido no momento em que precisa e as UBSs têm essa obrigação”, salientou. O vereador ponderou que a secretária da pasta, Thayse Rosa, tomou providências a fim de orientar as equipes de Saúde a respeito da organização das unidades ampliadas, “mas parece que não querem obedecer, que fazem por birra pra pessoa ficar com raiva”. Para ele, o problema “não é culpa da gestora, [pois] ela não tem como estar na frente do balcão de todas as UBSs ao mesmo tempo”.  

Alessandro Simas (União Brasil) falou em seguida, referindo-se à “falta de vontade dos servidores de fazer com que seja cumprido aquilo que é necessário” e ao fechamento dos postos de saúde para reuniões de equipe. “As pessoas vão lá precisando do atendimento, então, que não se feche [no horário de expediente]”, concluiu.    

“Eu concordo com a vereadora Marlina quando ela diz que falta gestão”, afirmou Ivan Martins (União). “Tem alguns pontos que a secretária dá conta, mas nesse sentido falta gestão. Ela precisa tomar conhecimento de tudo o que está acontecendo e fazer com que o funcionário cumpra e, se não cumprir, manda embora”.

Marlina contra-argumentou em defesa do servidor público. “Se tem algum problema com o servidor A, B ou C, tem que chamar pra conversar e não generalizar. A secretária nomeou enfermeiras supervisoras de polo, ou seja, tem enfermeiras com gratificação supervisionando os polos e que deveriam trazer esses problemas [ao governo]. Nós temos mecanismos [de diálogo]. Por que é que eles não estão funcionando até agora, se os senhores que são da base estão dizendo que estão levando [os problemas] ao prefeito?”, questionou. 

“Não vejo má gestão. Não é em todas as UBSs que isso acontece. Somos 140 mil habitantes. Estamos recebendo dez, 15, 20 manifestações de pessoas que estão encontrando esse problema, então, são casos pontuais, ou seja, o atendimento de porta da nossa Saúde está funcionando”, respondeu Pirola à vereadora.  

Líder do governo na Câmara, Valdir Hinselmann (PL), procurou defender a eficácia da gestão em Saúde lembrando que toda a equipe da UBS Limeira Baixa foi substituída porque o grupo “não estava rendendo, não funcionava por picuinhas internas”. Segundo Hinselmann, a substituição dos profissionais naquela unidade teria sido decisão da secretária. “Isso é gestão”, exclamou. “Com certeza tem algumas pessoas que estão nos postos de saúde que deveriam sofrer processos administrativos para serem retiradas. Tem alguns teimosos que não querem mudar”.    

Rodrigo Voltolini (PSDB) também se posicionou na discussão. “Tem alguns servidores nas UBSs que precisam ser educados, ou reeducados, porque a pessoa chega lá com um problema de saúde e simplesmente mandam embora. No Rio Branco, temos uma enfermeira que precisa ser trocada, porque, infelizmente, é reclamação todos os dias da enfermeira. Mas, como é [ano de] pleito eleitoral, não pode trocar, porque ela vai falar que é perseguição política. Olha a que ponto chegamos pra poder defender a nossa população, que vem sendo mal atendida por causa de alguns servidores podres”.  

Para Cassiano Tavares, o Cacá (Podemos), “a Saúde de Brusque não está perfeita, mas já melhorou bastante”. O vereador enalteceu o desempenho de Rosa. “Achar que 100% será resolvido é uma utopia. Todo dia chega gente em Brusque. Se algum governo falar que a Saúde está perfeita, estará mentindo”. Como exemplo de melhorias, ele citou o recém-lançado “Uber da Saúde”, projeto que oferece transporte individual a pessoas que necessitam de tratamentos especializados. “Engraçado que isso não teve eco. Parece que as pessoas só gostam de comentar tragédia”. Depois, protestou: “Tem uma parcela pequena de funcionário efetivo da Saúde que puxa contra o governo. Grande parte dos funcionários é sensacional, mas tem uma parte que, politicamente, faz questão de atender mal pra sobrar para o prefeito”. 

Natal Lira (PRD) se manifestou em defesa do governo municipal: “Em um ano e um mês de gestão, o nosso prefeito André Vechi já mudou a cara de Brusque em vários segmentos. Nós nunca tivemos dois médicos num posto de saúde, hoje tem dois, três. Se um médico está doente, ele é substituído pelo outro, mas isso ninguém fala. Jogar pedra na vitrine é fácil. Muita coisa boa aconteceu em Brusque e está acontecendo como nunca. Quando são atendidos 100, 200, mil [pacientes] na semana, dez reclamam, então, concordo que isso precisa ser levado a público, mas tinha que ter punição para os funcionários despreparados, que são a minoria”.

Martins prosseguiu com o debate. “Uma administração não é toda ruim, nem toda boa, mas você tem que falar o que está errado para ela consertar. Essa é a função do vereador. E depois, o que o prefeito faz através dos seus funcionários não é favor, é obrigação”, refletiu. “Os vereadores da situação vão elogiar o que o prefeito faz, mas não falam o que está errado. Então, deveriam não só falar o que é feito de bom, mas também o que está ruim, o que o prefeito está deixando de fazer. Essa é que é a verdade”, completou. “Se um grupo, ainda que pequeno, está puxando pra trás uma administração, eu entendo que isso é falta de gestão. Tem que abrir um processo administrativo disciplinar e tomar as medidas necessárias”, sugeriu. “O orçamento municipal está em torno de R$ 900 milhões. O prefeito tem dinheiro pra fazer, então, era só o que faltava ele não fazer”.

Ricardo Gianesini, o Rick Zanata (Novo), concluiu em aparte que o governo Vechi é a “gestão pega no tranco” e se explicou: “A atual gestão, na verdade, teria que agradecer ao grupo que faz um pouco de oposição nessa Câmara, porque tudo o que é levantado aqui, no outro dia ou na outra semana eles tomam uma atitude”.  

Texto: Talita Garcia/Imprensa Câmara Brusque.

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