Um homem de 27 anos foi espancado por várias pessoas no meio da rua em Camboriú nesta sexta-feira (28) à tarde. O motivo do ataque seria a suspeita de que ele teria cometido um estupro no começo deste mês contra uma adolescente da cidade. Entretanto, Polícia Militar e Polícia Civil negam que haja qualquer confirmação de que o homem praticou o abuso sexual.A tentativa de linchamento ocorreu na Rua Monte Pedra Açu, no bairro Monte Alegre. A PM flagrou uma pessoa cometendo as agressões. Os bombeiros prestaram socorro ao homem espancado, o qual foi levado ao hospital com suspeita de fraturas no crânio e nas costelas. Um termo circunstanciado foi emitido para a pessoa vista cometendo as agressões comparecer à Justiça e explicar o que ocorreu.
De acordo com o comandante da PM de Camboriú, major Juarez Cesar Scarant Júnior, a denúncia do estupro contra uma adolescente de 17 anos nunca foi registrada junto à corporação. O que as guarnições atenderam recentemente envolvendo o homem espancado foi uma outra tentativa de homicídio contra ele, na semana passada, quando a vítima levou “alguns tiros” supostamente por causa de uma dívida com drogas. Ele chegou a ser hospitalizado e recebeu alta.
Já o delegado David Queiroz, o qual apura a denúncia de estupro contra a jovem desde o começo deste mês, diz que em momento nenhum informou haver um suspeito do crime. O investigador frisou, ainda, que a tentativa de linchamento pode ser resultado da divulgação da imagem de um homem nas redes sociais de terceiros o indicando como suposto autor do abuso sexual. Mas a confirmação de autoria e indiciamento só podem ser feitos pela polícia.— Qualquer tipo de tentativa de justiça de forma sumária e sem a possibilidade de defesa do contraditório é na verdade uma injustiça. Esse homem pode ser que seja inocente e essas pessoas que estão querendo fazer justiça é que estão sendo as verdadeiras criminosas. As redes sociais têm muita responsabilidade sobre esse tipo de comportamento, porque um inocente pode estar sendo acusado e pode inclusive pagar com a vida sem ter responsabilidade — alertou o delegado.